Lula foi declarado persona non grata no país após falas sobre o holocausto - Foto: Reprodução

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi declarado “persona non grata” pelo governo de Israel em todo o país. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (19) pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, durante uma conversa com o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Duque Estrada Meyer.  

O anúncio é um desdobramento das falas de Lula que durante o último final de semana comparou os ataques do governo israelense à Faixa de Gaza ao Holocausto.  “Não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é ‘persona non grata‘ em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras”, escreveu o israelense no X (antigo Twitter). 

“Esta manhã convoquei o embaixador brasileiro em Israel para o Museu do Holocausto, o lugar que testemunha mais do que qualquer outra coisa o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família” , acrescentou. 

Os estados podem declarar que uma pessoa ou um grupo é “persona non grata” para de forma jurídica declarar oficialmente que alguém não é bem-vindo no território. 

Falas Polêmicas 

Durante o último domingo, Lula em Adis Abeba, capital da Etiópia, comparou os ataques realizados pelo exército israelense aos palestinos ao holocausto, genocídio promovido pelos nazistas contra o povo judeu na Europa. “O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o petista.  

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, publicou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu no X. “Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, acrescentou.