O deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB) se manifestou nesta terça-feira (16) a respeito das declarações recentes de membros do PSB sobre o vice-prefeito de João Pessoa, Leo Bezerra (PSB), e o prefeito Cícero Lucena (sem partido), que deixou o Progressistas (PP) e lançou oficialmente sua pré-candidatura ao Governo da Paraíba em 2026. O posicionamento do parlamentar ocorreu após a sessão na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).
Adotando um tom cauteloso, Hervázio evitou ampliar a polêmica, mas não escondeu o incômodo com críticas vindas de aliados do governador João Azevêdo (PSB). Esses aliados cobraram “alinhamento total” ao projeto partidário e afirmaram que “não se pode servir a dois senhores”. O deputado respondeu de forma indireta, citando declarações do secretário de Administração e secretário-geral do PSB, Tibério Limeira, que pediu publicamente um posicionamento firme de Leo Bezerra. “Na vida e na política existe o tempo de falar e o tempo de calar. Não fico satisfeito com esse tipo de cobrança, mas, por enquanto, adoto o silêncio como sinal de respeito”, disse.
Hervázio também ressaltou que qualquer opinião sua poderia ser entendida como a mesma de seu filho, o vice-prefeito. “Não tem como separar pai de filho. O que eu falar acaba refletindo no pensamento dele”, explicou.
O deputado ainda comentou sobre a ruptura política entre o governador e o prefeito da Capital, que deixou a base aliada e passou a construir candidatura própria ao Governo do Estado. “O governador já afirmou que Cícero fez sua escolha. Seria hipocrisia dizer que ainda acredito numa recomposição. Porém, a política é feita de reviravoltas, e sete meses — até o fim da janela partidária — é muito tempo”, ponderou.
Apesar das divergências, Hervázio não descartou a possibilidade de reaproximação, destacando a imprevisibilidade do cenário político. “O adversário de hoje pode ser o parceiro de amanhã. A política muda, o mundo gira. Só teremos definições reais até 7 de abril, quando a ‘onça bebe água’.”
Esse movimento acontece em meio a uma fase de rearranjos partidários. Após deixar o PP, Cícero Lucena é cotado para ingressar no MDB, partido onde iniciou sua trajetória. Ele tem mantido contato frequente com o senador Veneziano Vital do Rêgo, alimentando a possibilidade de uma chapa majoritária com Cícero disputando o governo e Veneziano concorrendo ao Senado.
Nos bastidores, a oficialização da pré-candidatura de Cícero gerou reação imediata. A direção estadual do Progressistas divulgou nota criticando a decisão, classificando-a como um “ato individualista”, e reafirmou o apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro (PP) como o nome do partido para a sucessão estadual.
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