
Ao encerrar a sessão desta quarta-feira (17), em que a Câmara dos Deputados aprovou, por 311 votos a 163, a urgência para o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um discurso marcado pelo apelo à pacificação nacional e ao diálogo democrático.
Motta destacou que o resultado não significa o fim do debate, mas o início de uma construção coletiva para que o Parlamento encontre um texto que seja capaz de reunir maioria ampla.
“O Brasil precisa de pacificação. Não se trata de apagar o passado, mas de permitir que o presente seja reconciliado e o futuro construído em bases de diálogo e respeito. Há temas urgentes à frente e o país precisa andar”, declarou.
O presidente frisou que a Câmara é o espaço legítimo para o confronto de ideias e a busca de consensos:
“É no Plenário que ideias se enfrentam, divergências se encontram e a democracia pulsa com força total. Como presidente da Câmara, minha missão é conduzir esse debate com equilíbrio, respeitando o Regimento Interno e o Colégio de Líderes. Não para impor uma verdade, mas para garantir que todas sejam ouvidas.”
Segundo Motta, o projeto de anistia apresentado pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) servirá como base, mas um relator será escolhido para elaborar um texto substitutivo. O objetivo, afirmou, é chegar a uma proposta que contribua para a pacificação do país.
“Um presidente da Câmara não pode ser dono de teses, nem de verdades absolutas. Sempre que alguém se declarou dono da verdade, o país perdeu. Cabe ao Plenário, soberano, decidir. O Plenário é o coração da República”, completou.
A fala de Motta ocorre em meio à pressão da bancada bolsonarista pela aprovação da anistia e à resistência da base governista, que reagiu com protestos durante a votação. Para o governo, a aprovação da urgência foi considerada uma derrota política, já que o Palácio do Planalto havia se posicionado contra a medida.
Leia abaixo o discurso do presidente Hugo Motta ao encerrar a sessão desta quarta-feira, 17 de Setembro:
“O Brasil precisa de pacificação. Não se trata de apagar o passado, mas de permitir que o presente seja reconciliado e o futuro construído em bases de diálogo e respeito.
Há temas urgentes à frente e o país precisa andar.
Temos na Casa visões distintas e interesses divergentes sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023.
É no Plenário que ideias se enfrentam, divergências se encontram e a democracia pulsa com força total.
Como Presidente da Câmara, minha missão é conduzir esse debate com equilíbrio, respeitando o Regimento Interno e o Colégio de Líderes.
Não para impor uma verdade, mas para garantir que todas sejam ouvidas.
Hoje pautamos a urgência de um projeto de lei do deputado Marcelo Crivella para discutir o tema.
Agora um relator será nomeado para que possamos chegar, o mais rápido possível, a um texto substitutivo que encontre o apoio da maioria ampla da casa.
Um presidente da Câmara não pode ser dono de teses, nem de verdades absolutas.
Sempre que alguém se declarou dono da verdade, o país perdeu.
E nesse caminho de construção coletiva, quero reafirmar A mensagem que guia nossa gestão: O Brasil precisa de pacificação.
Cabe ao Plenário, soberano, decidir. O Plenário é o coração da República”.