Com o tom crítico que lhe é característico, o deputado estadual Walber Virgolino (PL) voltou a movimentar os bastidores da política paraibana ao acusar o presidente estadual do Partido Liberal, ex-ministro Marcelo Queiroga, e o grupo do Republicanos de já terem um acordo selado com o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, visando a disputa pelo Senado Federal em 2026.
Em entrevista ao programa Correio Debate, da rádio Correio 98 FM, nesta quarta-feira (29), Walber ironizou o que chamou de “teatro político”, afirmando que o grupo tenta apenas construir um discurso para assumir publicamente o apoio sem se desgastar com o eleitorado bolsonarista.
“Cabo Gilberto e Queiroga já têm um entendimento com Hugo e Nabor há muito tempo. Agora estão tentando criar uma desculpa para declarar esse voto abertamente e não se queimar com o eleitorado de Bolsonaro. Está tudo combinado”, afirmou o parlamentar.
As declarações de Walber ocorreram após o senador Efraim Filho (União Brasil) oficializar apoio à pré-candidatura de Nabor Wanderley (Republicanos) ao Senado, gesto que surpreendeu parte da base conservadora, já que o senador havia anunciado anteriormente apoio a Marcelo Queiroga, também pré-candidato pela legenda liberal.
A movimentação reforça a aliança entre União Brasil, Republicanos e PL, redesenhando o bloco oposicionista para 2026 e consolidando a força do grupo comandado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), filho de Nabor.
Walber, porém, não poupou críticas nem aos antigos aliados. O deputado confirmou o rompimento político com o federal Cabo Gilberto Silva (PL), a quem acusou de agir de forma oportunista e individualista.
“Cabo Gilberto queria o meu apoio, mas não queria me apoiar. Ele se comporta como deputado do Centrão, desses que compram voto e apoio, quando o voto deveria ser espontâneo”, disparou.
As falas de Walber expõem mais um racha no bolsonarismo paraibano, que permanece dividido entre os projetos de Queiroga, Cabo Gilberto e outras lideranças da direita no estado. Nos bastidores, aliados avaliam que Walber deve manter um discurso independente dentro do PL, reforçando sua imagem de voz dissidente e combativa, marca que o consolidou como um dos parlamentares mais polêmicos da Assembleia Legislativa da Paraíba.
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