O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB), durante discussão com outros deputado (Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados)

Prestes a assumir a assumir a presidência da Câmara dos Deputados, em eleição neste sábado (1º), o deputado federal paraibano Hugo Motta (Republicanos), teve uma das primeiras aparições na mídia nacional ainda muito jovem, em 2015, na presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava as denúncias de desvio de recursos na Petrobras. Na época, a primeira sessão da CPI começou com discussão e bate-boca entre deputados, quando alguns deputados se exaltaram.

A discussão aconteceu porque o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (na época do PMDB), anunciou a criação de quatro sub-relatorias e indicou os nomes dos relatores. Ele colocou as sub-relatorias nas mãos do PSDB, PTB, PSC e PR. Na prática, a divisão dos trabalhos enfraquecia o principal relator da CPI, que era do PT.

Ao anunciar as sub-relatorias, diversos parlamentares começaram a criticar o presidente da CPI, dizendo que não tinham sido consultados. As críticas vieram das bancadas do PSOL, PPS e PSB, mas os mais exaltados foram os do PSOL, Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) e Ivan Valente (PSOL-SP). Eles se levantaram e discutiram com Motta. Aos gritos, o presidente da CPI reagiu:

Hugo Motta: “Eu quero aqui deixar bem claro. Não admitirei desrespeito de Vossas Excelências! Quem manda aqui é o presidente, respeitando o regimento. Eu não aceito desrespeito.”

Edmilson Rodrigues: “O senhor é moleque! É moleque o presidente da CPI!”

Hugo Motta: “Cabelo branco não é sinônimo de respeito. Vossa Excelência me respeite! Vossa Excelência se retrate!”

Outros parlamentares foram até a mesa tentar acalmar a situação e levaram os deputados do PSOL de volta a suas mesas. Em tom mais calmo, Motta disse que daria a palavra aos demais deputados. Mas logo subiu o tom de voz de novo e aproveitou para tentar se impor e controlar a situação.

Hugo Motta: “Agora, eu quero dizer a Vossas Excelências que não serei, aqui, nenhum fantoche para me submeter a pressão de quem quer que seja. Um deputado se levantou e me desrespeitou. Eu quero dizer aqui que não tenho medo de grito, e que da terra de onde eu venho homem não me grita!”

Após a confusão, o deputado Edmilson Rodrigues, do PSOL, pediu desculpas por ter se exaltado e disse que não chamou o presidente da CPI de ‘moleque’. “Eu disse ‘não amoleque essa CPI’, não lhe chamei de ‘moleque'”.

No final, Motta manteve a divisão dos trabalhos da CPI da Petrobras. As sub-relatorias terminaram sob o comando dos deputados Bruno Covas (PSDB-SP) – já falecido, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), André Moura (PSC-SE) e Altineu Côrtes (PR-RJ).

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