STF impõe tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, restringe circulação e redes sociais; PF encontra pendrive escondido e dinheiro em espécie
Ex-presidente Jair Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas cautelares

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (18) uma nova operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-mandatário, que agora está sujeito a uma série de medidas cautelares severas.

Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro foi conduzido à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal para a instalação de uma tornozeleira eletrônica. Entre as restrições impostas, ele está proibido de usar redes sociais, manter contato com outros investigados ou réus e dialogar com diplomatas ou representantes de embaixadas. O ex-presidente também não poderá sair de casa entre 19h e 7h, nem se ausentar da comarca do DF.

A ação da PF integra o inquérito PET nº 14129, que tramita no Supremo desde a última sexta-feira (11). A investigação apura possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataques à soberania nacional. Segundo o STF, Bolsonaro teria confessado, de forma “consciente e voluntária”, participação em uma tentativa de extorsão contra o sistema judiciário brasileiro.

Durante as buscas, agentes encontraram aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na casa do ex-presidente, além de um pendrive escondido em um banheiro, que foi encaminhado para perícia no laboratório da PF. Embora não seja crime manter dinheiro em casa, valores superiores a US$ 10 mil devem ser obrigatoriamente declarados à Receita Federal em movimentações internacionais.

Defesa e reações

Em nota oficial, a defesa de Bolsonaro afirmou ter recebido “com surpresa e indignação” a decisão do STF. Os advogados alegam que o ex-presidente tem colaborado com todas as determinações judiciais e prometem se manifestar após o acesso completo ao teor da decisão.

O Partido Liberal (PL) também se posicionou. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, classificou a operação como “estranha” e manifestou “repúdio” à medida, destacando que Bolsonaro “sempre esteve à disposição das autoridades”. Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada na Câmara, lamentou publicamente o uso da tornozeleira.

A operação ocorre em um momento de tensão geopolítica, poucos dias após o governo norte-americano anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o que tem reacendido debates sobre soberania e relações exteriores.

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