O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo empresário Erik Marinho, segundo suplente do senador Efraim Filho (União Brasil), no âmbito de uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (18) pela Polícia Federal.
A investigação apura um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS, com indícios de movimentação e ocultação de bens, inclusive por meio de possíveis operações realizadas fora do país.
A medida cautelar foi autorizada pelo ministro André Mendonça e inclui, além do monitoramento eletrônico, a entrega do passaporte e o controle dos deslocamentos de Marinho. Segundo a Polícia Federal, há elementos que indicam atuação direta do empresário na estrutura financeira do esquema investigado.
As apurações apontam que Erik Marinho teria ligação com uma rede de empresas de fachada utilizada para blindagem patrimonial, com vínculos diretos com Antônio Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como líder do esquema criminoso.
Um dos pontos centrais do inquérito envolve a empresa Air Connect S/A, da qual Joelma dos Santos Campos, esposa de Erik Marinho, é sócia. Em 2022, a companhia adquiriu uma aeronave avaliada em R$ 2,8 milhões, apontada pelos investigadores como instrumento para ocultação de patrimônio do grupo.
O nome de Erik Marinho já havia sido citado em reportagens anteriores, após a revelação de que o senador Weverton Rocha (PDT-MA) utilizou um jatinho pertencente ao suplente. À época, Marinho confirmou o uso da aeronave tanto por Weverton quanto por “Careca do INSS”, afirmando que o episódio teria sido apenas uma coincidência.
A Polícia Federal segue aprofundando as investigações para identificar o alcance do esquema, o volume de recursos desviados e a participação de outros envolvidos.


