Ruptura à vista? Reconfiguração política deve afastar Veneziano de 'aliado' na oposição na Paraíba
Veneziano: "Eu não estarei ao lado de um projeto bolsonarista"

Nos bastidores da política paraibana, um movimento bem recente acendeu o alerta vermelho e colocou em xeque uma das articulações mais aguardadas para as eleições de 2026. O que parecia caminhar para uma frente unificada da oposição ao governador João Azevêdo agora corre sério risco de implodir — e o motivo tem nome, sobrenome e partido.

Durante entrevista recente concedida à TV Arapuan, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) deixou no ar um recado direto: “Meu palanque é o de Lula. Eu não estarei ao lado de um projeto bolsonarista.”

A fala, embora breve, soou como um ultimato político. E imediatamente levantou uma pergunta que passou a circular entre lideranças e eleitores: Veneziano vai romper com Efraim Filho?

O estopim da tensão teria se consolidado com a confirmação do apoio do Partido Liberal (PL) — legenda cuja principal liderança nacional é o ex-presidente Jair Bolsonaro — à pré-candidatura do senador Efraim Filho (União Brasil) ao Governo da Paraíba. O anúncio foi feito em um evento carregado de simbolismo político, com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do ex-ministro Marcelo Queiroga — lançado como pré-candidato ao Senado —, do deputado federal Cabo Gilberto e de outras figuras ligadas à direita paraibana.

O que chamou atenção foi o silêncio — seguido da declaração — de Veneziano, até então cotado como possível parceiro de Efraim em uma chapa majoritária. A fala do emedebista alimentou especulações de que ele pode estar prestes a rever alianças.

“Como eu poderia estar num palanque que representa exatamente o oposto do que defendo junto ao presidente Lula?”, questionou Veneziano, reforçando a incompatibilidade ideológica com o novo rumo político adotado por Efraim.

Pessoas próximas ao senador confirmam que ele ficou incomodado com a guinada de Efraim à direita, especialmente agora que o PL passa a liderar parte das articulações no campo oposicionista. Nos bastidores, há quem afirme que o afastamento entre os dois já é uma realidade — faltando apenas o anúncio oficial.

Aliás, Efraim já teria dado um ultimato ao colega de parlamento ao afirmar, em entrevista à imprensa, que Veneziano “optou por votar em Ricardo Coutinho e não nele para o Senado, em 2022”.

Com isso, um cenário antes considerado promissor para a oposição pode se transformar em um campo minado de divergências. Se [ou quando] confirmada a ruptura, será o fim de uma articulação que prometia unir MDB, União Brasil e PSD em torno de um projeto comum.

Veneziano e Efraim em momentos de confirmação da unidade política entre ambos – Arte: Poder Paraíba

O que Veneziano fará a partir de agora? Romperá de vez com Efraim? Seguirá sozinho com Pedro Cunha Lima (PSD)? Ou ainda há espaço para reconstruir pontes?

A única certeza, por enquanto, é que o jogo político das oposições para 2026 acaba de ganhar um novo e imprevisível capítulo.

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Confira a fala de Veneziano: