O deputado federal e ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (Podemos), reagiu publicamente ao anúncio antecipado do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil) de apoio à pré-candidatura do senador Efraim Filho (União Brasil–PB) ao Governo da Paraíba. Em entrevista ao programa CBN João Pessoa, da rádio CBN Paraíba, nesta quarta-feira (17), Romero afirmou que não foi consultado e defendeu que decisões estratégicas desse porte sejam tomadas de forma coletiva dentro do grupo político.
“Democracia não é imposição. Acho que, se tiver espaço para conversar, a gente toma uma decisão mais fortalecida. Até já havia conversado com o prefeito Bruno para que a decisão fosse conjunta”, disse o parlamentar, ressaltando que divergências políticas não precisam resultar em rompimentos pessoais ou administrativos.
Romero lembrou ainda que apoiou a reeleição do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB–PB) justamente para preservar a unidade do grupo político em Campina Grande. “A minha decisão de apoiar Veneziano foi, primeiro, por mérito. Depois, para estar junto com o prefeito Bruno e evitar divergências. São essas considerações que faço. Mas vamos conversar com Bruno sobre essa definição em relação à sucessão estadual”, afirmou.
O deputado também esclareceu uma mensagem recente publicada nas redes sociais, na qual afirmou que o Podemos “não está à venda”. Segundo ele, o recado tem endereço político claro e busca impedir que a legenda seja utilizada apenas como instrumento eleitoral. “Não podemos permitir que o Podemos seja usado como barriga de aluguel”, declarou, ao relembrar o episódio de 2022, quando perdeu o comando do PSD na Paraíba após uma intervenção articulada pelo grupo Ribeiro.
À época, Romero afirma ter trabalhado para estruturar o partido no estado, mas acabou afastado da presidência às vésperas do prazo final de filiações, o que teria provocado o esvaziamento da sigla. “Foi traumático. Não vou permitir que isso se repita”, enfatizou.
As declarações ocorrem em meio às articulações do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), que tenta atrair o Podemos para a base governista. Romero deixou claro que qualquer definição sobre alianças ou apoio majoritário para 2026 passará pelo diálogo interno e pelo aval das principais lideranças partidárias.
Com um discurso mais firme, o parlamentar sinaliza que não aceitará decisões unilaterais nem o uso do Podemos como peça de conveniência no tabuleiro político da sucessão estadual de 2026.


