Relator se declara suspeito em ação que pede cassação do prefeito e vice de Cabedelo no TRE-PB; caso deve parar em 2026

O juiz Roberto D’Horn Moreira, do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), declarou-se suspeito para atuar na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que pede a cassação do prefeito de Cabedelo, André Coutinho, da vice-prefeita Camila Holanda e do vereador Márcio Silva, além de requerer a inelegibilidade do ex-prefeito Vítor Hugo.

D’Horn era o relator do processo no Tribunal. Com a decisão, o caso será redistribuído ao juiz Kéops Vasconcelos, que recentemente assumiu cadeira de titular no TRE-PB.

A ação já teve decisão em primeira instância, determinando a cassação dos mandatos e a inelegibilidade de Vítor Hugo por abuso de poder econômico e político, incluindo compra de votos e aliciamento violento de eleitores. Os três permanecem nos cargos por força de efeito suspensivo dos recursos apresentados pelas defesas, que negam qualquer irregularidade nas eleições de 2024.

Com a mudança de relator e a complexidade do processo, a expectativa é de que o julgamento do recurso só ocorra em 2026.

Veja também: 

MPE pede cassação do prefeito, vice e vereador de Cabedelo; gestor alega “tranquilidade” e confiança na inocência

Operação “En Passant”:  PF investiga influência de facção criminosa em eleições municipais de Cabedelo; prefeito Vitor Hugo e prefeito eleito André Coutinho entre os alvos

Wallber Virgolino diz que André Coutinho é vítima de ‘esquema coordenado por Vítor Hugo’ e vê provas robustas em processo de cassação em Cabedelo

Nova exoneração em Cabedelo: André Coutinho afasta aliado de Vítor Hugo da prefeitura

Clima de tensão

O cenário político de Cabedelo mudou desde o fim de 2024, quando as primeiras fases da Operação En Passant, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Gaeco, ganharam repercussão. Atualmente, há um rompimento político declarado entre o prefeito André Coutinho e o ex-prefeito Vítor Hugo, antes aliados.

Na última semana, Coutinho afastou o quinto secretário ligado ao ex-prefeito e tem adotado um discurso de distanciamento. Segundo aliados do gestor, as nomeações de pessoas ligadas ao tráfico — citadas na AIJE como base para a acusação de abuso de poder — teriam ocorrido na gestão anterior.

Mesmo assim, o clima entre os dois grupos permanece em “guerra fria”, em meio ao impasse jurídico e político que envolve o futuro do comando da cidade.

 Clique aqui para seguir o canal Poder Paraíba no WhatsApp

 Siga o Poder Paraíba no Instagram.