PP autoriza presidente a negociar federação partidária com União Brasil
Dirigentes do PP e do União Brasil já iniciaram as negociações para a federação entre as duas legendas

Lideranças do Progressistas (PP) aprovaram nesta terça-feira (18) nova etapa de negociações para confirmar a entrada da sigla em uma federação partidária com o União Brasil.

A decisão, tomada por parlamentares e dirigentes estaduais do PP, dá poderes ao presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), para concluir as negociações com o União.

Ele diz esperar que a consolidação da aliança seja feita o mais breve possível, tão logo o União Brasil também aprove o arranjo internamente.

O União deve avançar ainda nesta semana com as tratativas internas. Dirigentes da legenda afirmam que há tendência a confirmar a federação.

A aliança entre os partidos tem sido costurada desde o ano passado.

Se confirmada, reunirá a maior bancada dentro da Câmara dos Deputados (109 parlamentares) e os maiores repasses de verba pública para custeio de campanhas e funcionamento das siglas.

As tratativas são acompanhadas de perto por outros dirigentes partidários, que temem um desequilíbrio nas campanhas de 2026.

Na esquerda, há um receio de que o arranjo dê luz a uma “superfederação” com poder para asfixiar economicamente candidaturas no próximo pleito.

Federação

As federações partidárias foram introduzidas na legislação eleitoral em 2021. O modelo une duas ou mais siglas que passam a atuar como uma só por, no mínimo, quatro anos.

Os arranjos também estabelecem que deve haver um alinhamento das siglas nas campanhas. Isso significa que a federação deve caminhar de forma unificada nas disputas, definindo conjuntamente candidaturas que representem a aliança.

A formação desse tipo de aliança pode ser benéfica financeiramente para partidos. As regras estabelecem que os resultados eleitorais dos partidos de uma federação devem ser somados para o cálculo da cláusula de barreira.

Já no financiamento de campanhas, a federação permite que as siglas unidas compartilhem recursos para custear candidaturas.

Somados, PP e União teriam direito a receber a maior fatia, entre os 29 partidos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do fundo público de financiamento de campanhas.

Levando em conta os valores distribuídos em 2024, uma eventual federação entre PP e União faria jus a quase R$ 1 bilhão em recursos públicos.

União também discute

O presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, convocou correligionários a participar, em Brasília, de reuniões para discutir a federação com o PP a partir de segunda (17).

Em comunicado disparado pelo WhatsApp, Rueda diz que o partido deseja “ouvir” as bancadas do União no Senado e na Câmara, além dos governadores Wilson Lima (AM), Ronaldo Caiado (GO), Mauro Mendes (MT) e Marcos Rocha (RO), e dos prefeitos Sandro Mabel (Goiânia), Paulinho Freire (Natal), Bruno Reis (Salvador) e Silvio Mendes (Teresina)

“Os debates ocorrerão ao longo da semana para o amadurecimento do tema. Juntos, através do diálogo, definiremos os próximos passos para que o nosso partido amplie o seu protagonismo no cenário nacional”, escreveu.