A Paraíba entrou oficialmente na disputa para sediar o novo aeroporto internacional do Nordeste, projeto financiado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) e anunciado durante o Fórum Turismo e Investimentos | Brasil 360°, realizado em São Paulo. O empreendimento promete ser o mais moderno da região, com foco em sustentabilidade, inovação tecnológica e fortalecimento do turismo internacional.
O governador João Azevêdo confirmou o interesse do estado e destacou o potencial da Paraíba para receber o investimento.
“A Paraíba vai concorrer para ter esse terminal voltado para o turismo e pode oferecer boas condições econômicas e fiscais”, afirmou o gestor, que apresentou no evento o Polo Turístico Cabo Branco, complexo que reúne parques temáticos, hotéis de grandes redes e uma roda-gigante panorâmica.
De acordo com o CAF, o novo aeroporto será um modelo de infraestrutura sustentável, com automação por robôs e uso de energia limpa, priorizando a experiência do passageiro. O projeto faz parte de uma agenda internacional voltada a reduzir custos logísticos e ampliar a conectividade aérea entre os países da América Latina.
“Queremos apoiar um aeroporto que seja sustentável e inovador, não apenas um espaço para voos”, destacou Zurab Pololikashvili, secretário-geral da ONU Turismo, consultor do empreendimento.
Programa federal e apoio logístico
O projeto deve receber incentivos do Programa de Aceleração do Turismo Internacional (Pati), criado pelo governo federal para impulsionar o fluxo de visitantes estrangeiros e ampliar a malha aérea de destinos brasileiros. A iniciativa permite que companhias aéreas apresentem propostas de novos voos internacionais e recebam apoio promocional e logístico por meio do Visit Brasil, canal oficial de promoção turística do país.
Além de fortalecer a conectividade, o Pati busca descentralizar o turismo nacional, incentivando voos para destinos consolidados, mas com baixa oferta de assentos, reduzindo emissões de carbono e promovendo crescimento regional equilibrado.
“A expansão da malha aérea vai ampliar a oferta de voos e facilitar a mobilidade dos visitantes”, explicou Marcos Jorge, CEO da RTSC, organizadora do fórum.
Debate no Congresso e nova política aérea
Outro fator que pode favorecer o projeto é o Projeto de Lei nº 4.392/2023, que tramita no Congresso Nacional. A proposta altera o Código Brasileiro de Aeronáutica para permitir que companhias estrangeiras operem voos domésticos (cabotagem) no país, inicialmente na Amazônia Legal, mas com possibilidade de extensão para o Norte e o Nordeste.
Se aprovada, a medida permitiria que companhias internacionais que pousassem no futuro aeroporto nordestino pudessem operar trechos internos, conectando cidades da região antes de retornar ao exterior — o que ampliaria a oferta de voos e reduziria o preço das passagens.
“Conectividade e mobilidade são gargalos que precisamos destravar para impulsionar o turismo”, reforçou Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo).
Crescimento recorde no setor aéreo
A candidatura da Paraíba surge em um momento de aquecimento histórico do turismo e da aviação no país. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), agosto de 2025 registrou 11,2 milhões de passageiros em voos domésticos e internacionais, o melhor desempenho para o mês desde o início da série histórica, com 12 meses consecutivos de crescimento.
O número de passageiros em voos nacionais cresceu 8,5% em relação a 2024, enquanto o fluxo internacional avançou 12,9%, atingindo 2,4 milhões de viajantes. O cenário reforça a necessidade de novos terminais e infraestrutura aeroportuária moderna, sobretudo em regiões com alto potencial turístico, como o Nordeste.
Com incentivos fiscais, posição geográfica estratégica e um dos maiores polos turísticos emergentes do país — o Cabo Branco Resort & Convention —, a Paraíba entra forte na disputa para abrigar o novo aeroporto internacional e consolidar-se como um dos principais destinos turísticos do Nordeste.
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