MPPB/Gaeco pede retorno de Padre Egídio de Carvalho à prisão, após ex-diretor do Hospital Padre Zé descumprir medidas judiciais
Padre Egídio enfrenta novas acusações relacionadas ao gerenciamento de seus imóveis e à tentativa de burlar o bloqueio judicial de seus bens

O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), solicitou o retorno do padre Egídio de Carvalho Neto à prisão, após depoimentos que indicam o descumprimento de medidas judiciais durante seu período de prisão domiciliar. O religioso, que havia sido liberado em abril deste ano por motivos de saúde, enfrenta novas acusações relacionadas ao gerenciamento de seus imóveis e à tentativa de burlar o bloqueio judicial de seus bens.

De acordo com informações da CBN Paraíba, locatários de imóveis pertencentes ao padre relataram que foram pressionados a continuar pagando aluguéis diretamente ao advogado do réu, desrespeitando a ordem judicial que bloqueava o recebimento de rendas. As testemunhas afirmaram que intermediários de Egídio de Carvalho os pressionaram a realizar pagamentos em contas indicadas por eles, o que caracterizaria uma violação direta das determinações judiciais.

O pedido do Gaeco tramita na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, sob a relatoria do desembargador Ricardo Vital. A defesa de Egídio foi procurada, mas não retornou o contato da imprensa até o momento. O Gaeco argumenta que a liberdade do religioso compromete a ordem pública e a instrução processual, uma vez que ele teria continuado com suas atividades ilícitas, mesmo após ser beneficiado com a prisão domiciliar.

O padre Egídio é investigado por desvios milionários de verbas públicas na época em que era administrador do Hospital Padre Zé, que, segundo as investigações, foram utilizadas para a compra de 29 imóveis e para gastos exorbitantes com vinhos e obras de arte. Entre os imóveis citados pelo Gaeco, estão propriedades em João Pessoa, Pernambuco e São Paulo, incluindo aluguéis que variam de R$ 1 mil a R$ 7.800 mensais. O caso segue em análise, e o religioso deve passar por uma audiência de custódia caso o pedido de prisão seja acatado pelo Tribunal de Justiça.