
A ex-primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, estará em João Pessoa nesta sexta-feira (25) para a inauguração da nova sede do Partido Liberal (PL) na Paraíba. O evento, aguardado com grande expectativa nos bastidores da política paraibana, deve marcar o lançamento oficial das pré-candidaturas da direita no estado com vistas às eleições de 2026. E um nome em especial vem sendo apontado como possível surpresa: o senador Efraim Filho (União Brasil).
Apesar de não haver confirmação oficial, circula nos bastidores que Michelle poderá usar o palanque para anunciar nomes estratégicos da futura chapa majoritária da oposição ao bloco governista liderado por João Azevêdo (PSB), incluindo quem deve disputar o Governo do Estado. Efraim, até então discreto sobre o tema, vem sendo especulado como possível cabeça de chapa, numa aliança com o PL que poderia oferecer palanque bolsonarista robusto na Paraíba.
A expectativa foi alimentada por declarações do presidente estadual do PL, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga, que já afirmou que “nomes competitivos” serão apresentados na ocasião. Entre os cotados para o Senado, por exemplo, aparece o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL), bolsonarista raiz que poderá dividir palanque com Efraim em uma possível composição.
“Essas pré-candidaturas vão ser anunciadas por Michelle. Inclusive, no meu partido há outros nomes que também têm todas as condições de disputar o Senado Federal, a exemplo do deputado Cabo Gilberto Silva”, declarou Queiroga à rádio Correio 98 FM.
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União por conveniência?
O nome de Efraim Filho, embora filiado a um partido que ocupa três ministérios no governo Lula, vem ganhando força entre os bolsonaristas para compor uma chapa de oposição em 2026. A possível adesão do senador ao projeto da direita levanta questionamentos sobre coerência política, sobretudo diante do fato de aliados seus ocuparem cargos relevantes na gestão federal.
A especulação de que Efraim pode ser a aposta da direita foi reforçada após críticas públicas que o próprio senador fez ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevistas concedidas à imprensa paraibana nesta semana.
O senador criticou a operação da Polícia Federal que investiga uma possível interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro em processos judiciais. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM, o parlamentar classificou a medida como “injusta” e falou sobre o que considera um tratamento desigual em relação a outras figuras políticas.
“Quer dizer que Bolsonaro ir à rede social e dizer que apoia Trump justifica uma operação da Polícia Federal porque isso pode prejudicar o Brasil? E quando a primeira-dama Janja vai à rede social e manda o governo dos Estados Unidos se ferrar, isso não é nada? Então eu acho que há dois pesos e duas medidas. Caberia uma operação lá também”, declarou Efraim.
O senador também relembrou episódios relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu me lembro do julgamento de Lula, da ONU, do Tribunal de Haia, da Europa, dizendo que ele estava sendo perseguido e condenado injustamente. Qual foi a punição para esses atos? Nenhuma”, afirmou.
Efraim concluiu reafirmando sua discordância com a operação da PF e a condenação do ex-presidente: “Acho que está havendo dois pesos e duas medidas, e considero injusta essa operação e a condenação do presidente”, completou.
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