
O médico pediatra Fernando Cunha Lima, de 81 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (7), em Pernambuco, e afirmou à imprensa que tem certeza de que não permanecerá detido. Ao chegar à Central de Polícia, em João Pessoa, o médico declarou: “Agora, com a minha doença, eu não vou ficar preso”. Questionado se tinha certeza de sua afirmação, ele reiterou: “Tenho certeza. Eu vou ficar só dois dias e saio”.
Durante a entrevista, Fernando Cunha Lima negou as acusações de abuso infantil e justificou sua fuga para Pernambuco alegando que sua filha reside no estado. Segundo ele, não se entregou às autoridades antes porque seus advogados não o orientaram a fazer isso.
Confira:
Acusações e investigação
A primeira denúncia formal contra o médico ocorreu em 25 de julho e veio a público na quinta-feira (6). A mãe de uma das vítimas relatou à polícia que presenciou o momento em que ele tocou as partes íntimas da criança dentro do consultório. Segundo ela, retirou imediatamente os filhos do local e denunciou o caso na Delegacia de Polícia Civil.
Após a primeira denúncia, novas vítimas procuraram a polícia, incluindo uma sobrinha do médico que relatou abusos sofridos em 1991. Fernando Cunha Lima, um profissional renomado em João Pessoa, mantinha uma clínica particular no bairro de Tambauzinho e atendia crianças desde a primeira infância, conquistando a confiança de diversas famílias.
O Ministério Público denunciou o pediatra por quatro crimes de estupro de vulnerável contra três crianças, sendo que uma delas teria sido abusada duas vezes. Posteriormente, o número de vítimas foi atualizado, e ele passou a responder por abusos contra seis crianças em dois processos distintos. Além disso, suas sobrinhas também relataram abusos cometidos por ele na infância, mas, devido à prescrição dos crimes, entram no caso apenas como testemunhas.
Decisão judicial e prisão preventiva
Desde o início das investigações, a polícia e o Ministério Público solicitaram sua prisão em cinco ocasiões, todas negadas pela Justiça. No entanto, em novembro de 2024, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba decidiu, por unanimidade, acolher o recurso do MP e decretar sua prisão.
O desembargador Ricardo Vital justificou a medida afirmando que a prevenção de novos delitos era fundamental. “A necessidade de impedir possível reiteração delitiva justifica, neste momento e sob minha ótica, a decretação da prisão preventiva, com respeito aos demais entendimentos, para garantia da ordem pública”, declarou o magistrado.
Fernando Cunha Lima segue detido enquanto aguarda os próximos desdobramentos do caso.
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