Ex-diretor do Hospital Padre Zé, Padre Egídio, seria proprietário de imóveis de luxo - Fotomontagem: Poder Paraíba

O padre Egídio de Carvalho, que está sendo investigado por suposto desvio de verbas públicas na administração do Hospital Padre Zé, entidade filantrópica de João Pessoa, chamou a atenção dos investigadores pelo padrão de luxo que mantém em sua vida privada. Ele foi um dos principais alvos dos mandados de busca apreensão no âmbito da Operação “Indignus”, deflagrada nesta quinta-feira (5) pela Polícia Civil em parceria com o Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e Controladoria-Geral do Estado (CGE) da Paraíba.

De acordo com as investigações, o ex-diretor do Hospital Padre Zé, Padre Egídio possui imóveis residenciais localizados em condomínios de luxo, em João Pessoa.

De acordo com o MPPB/Gaeco, as investigações apuram se esse alto padrão de vida vinha sendo mantido com recursos de origem duvidosa pelo religioso. A operação investiga atos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA.

De acordo com a força-tarefa, a investigação “aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos”.

As condutas indicam a prática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.

IMÓVEIS

Ao longo do dia, segundo dados revelados pelo jornalista Clilson Júnior, do Portal ClickPB, os imóveis relacionados aos alvos da operação estão localizados nos seguintes locais:

– Uma granja no Conde, na comunidade Guaxinduba, Litoral Sul da Paraíba;

– Dois apartamentos no edifício Ilha dos Corais, no Cabo Branco;

– Dois apartamentos no edifício Saulo Maia, também no Cabo Branco;

– Um apartamento no edifício Jardim do Atlântico, no Cabo Branco;

– Um apartamento no residencial Luxor Paulo Miranda, no Cabo Branco;

– Um apartamento em um edifício no residencial Ville Jardim, bairro Jardim Cidade Universitária;

– Um apartamento em um edifício nas proximidades da praça da Paz, nos Bancários.

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“ACHADOS” NA GRANJA DO PADRE

Ainda durante o cumprimento de mandados da Operação “Indignus”, nas cidades de João Pessoa, Conde e São Paulo, foram encontradas várias caixas com vinhos importados que podem totalizar quase R$ 30 mil.

Na granja do Padre Egídio, localizada no município do Conde, no Litoral Sul, foi constatado que era utilizado um fogão Lofra Dolcevita, avaliado no mercado em R$ 80 mil. O imóvel ainda apresentou movelaria rústica, de alto padrão comercial.

Outro fato que chamou a atenção dos investigadores, é que o religioso mantinha 30 cachorros da raça Spitz Alemão, conhecidos popularmente como “Lulu da Pomerânia” em sua Granja no Conde. Cada filhote da linhagem é comercializado no valor que varia entre R$ 7mil e R$ 15 mil.

OPERAÇÃO

Foram cumpridos, durante a operação, 11 mandados judiciais de busca e apreensão, em endereços de três investigados, sendo oito na cidade de João Pessoa, um na cidade de Conde e dois na cidade de São Paulo-SP.

O padre e ex-diretor do Hospital Padre Zé, Egídio de Carvalho, é um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da operação. Além do pároco outras pessoas da administração do hospital também são alvos. Entre estas pessoas está a diretora administrativa do hospital, Jannyne Dantas e a tesoureira da unidade hospitalar filantrópica, a Amanda Duarte.

O trabalho contou com a participação de 36 integrantes do Gaeco-PB (incluindo membros e servidores), com 28 integrantes da PCPB (delegados e policiais civis), com oito componentes do Gaeco-SP, além do apoio da Sefaz e da CGE, formando uma efetivo de aproximadamente 72 agentes públicos.

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