O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou nesta segunda-feira (24) o rompimento da relação institucional com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). A informação já havia sido antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo e foi confirmada por aliados do parlamentar.
Segundo lideranças, a crise vinha se agravando nas últimas semanas, impulsionada por atritos na articulação política de projetos estratégicos para o governo. Um dos episódios que elevou a tensão foi a decisão de Motta de escalar o deputado Guilherme Derrite (PL-SP) para conduzir o texto e as negociações do projeto de lei antifacções — proposta originalmente enviada pelo governo Lula ao Congresso.
Nos bastidores, interlocutores relatam ainda o descontentamento de Motta com uma suposta campanha contra ele nas redes sociais, atribuída a influenciadores alinhados ao PT. De acordo com aliados, o presidente da Câmara responsabiliza Lindbergh Farias pela articulação da ofensiva digital.
O afastamento preocupa governistas, que temem impacto direto na votação de matérias de interesse do Planalto na Câmara. A crise ocorre em meio a uma conjuntura já sensível entre o governo federal e o Senado.
Diante da resistência do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal — e do desgaste com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — aliados do governo passaram a cogitar uma mudança na liderança do governo, hoje ocupada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA).
O clima, relatam fontes da articulação, é de alerta máximo tanto no Executivo quanto no Legislativo.

