Durante agenda da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, em João Pessoa nesta sexta-feira (10), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–PB), adotou um tom conciliador ao comentar a saída do prefeito Cícero Lucena (sem partido) da base aliada do governador João Azevêdo (PSB) e do Progressistas. Esther esteve na capital para formalizar a entrega de imóveis da União ao SUS e firmar parceria com a Prefeitura de João Pessoa, dentro do Programa Nacional de Gestão e Inovação (PNGI).
Questionado sobre a desfiliação de Cícero do Progressistas, Motta evitou críticas e destacou a importância da unidade entre os partidos aliados. “Não cabe a mim opinar sobre a decisão pessoal de ninguém. O que defendo é a unidade do nosso campo político — Republicanos, PSB, Progressistas. Vamos trabalhar para manter esse projeto coeso, forte e representativo. E claro, o voto dele é bem-vindo”, declarou.
A saída do prefeito tem movimentado o cenário político da Paraíba, sobretudo com a aproximação das eleições de 2026. Nos bastidores, a filiação de Cícero ao MDB é considerada iminente, e há especulações sobre uma chapa com o senador Veneziano Vital do Rêgo, que tentará a reeleição ao Senado.
A decisão de Cícero provocou reação imediata do Progressistas, que classificou o movimento como um “ato individualista” e reafirmou apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro (PP), considerado o candidato natural à sucessão do governador João Azevêdo, que deve renunciar em abril para concorrer ao Senado.
Mesmo dentro da base governista, o quadro permanece incerto. O Republicanos, partido de Hugo Motta na Paraíba, tende a apoiar Lucas Ribeiro na corrida ao governo, mas setores ligados ao presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, resistem, mantendo seu nome como alternativa no grupo.
Para o Senado, a legenda aposta no atual prefeito de Patos, Nabor Wanderley, ex-deputado estadual e aliado histórico de Motta. O nome foi referendado em reunião no último domingo (5), com a presença de deputados e vereadores da base, reforçando o objetivo do partido de ter papel de protagonismo na chapa governista.
Apesar das divergências internas, Hugo Motta tem se posicionado como articulador do bloco governista, trabalhando para que a disputa majoritária de 2026 não fragmente a aliança que até o momento tem sustentado a gestão de João Azevêdo.
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