
Durante reunião com líderes partidários nesta terça-feira (20), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um alerta direto: não adianta aprovar um projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) deve declarar a proposta inconstitucional.
A declaração foi interpretada como uma tentativa de esvaziar o tema, que se tornou bandeira da oposição ao governo Lula. Segundo relatos de quatro líderes presentes, a sinalização de Motta foi clara ao afirmar que “não adianta o Congresso aprovar, o presidente sancionar e o STF derrubar”. O recado, ainda de acordo com os relatos, foi visto pela oposição como um indicativo de que o texto precisaria ser previamente alinhado com a Corte.
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O debate em torno da anistia foi retomado após um breve recesso informal na Câmara. Na ocasião, parlamentares da oposição reintroduziram o tema ao final do encontro com os líderes. A versão mais recente do projeto prevê perdão amplo — inclusive para crimes eleitorais — a atos ligados direta ou indiretamente ao 8 de janeiro, e garantiria a manutenção dos direitos políticos dos condenados. A proposta, segundo analistas, tem como principal beneficiário o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A postura de Hugo Motta sugere que, sem respaldo do Judiciário, o avanço da matéria no Congresso pode se tornar inócuo.