A Polícia Federal (PF) indiciou o paraibano Tércio Arnaud Chaves, natural de Campina Grande, por participação na tentativa de golpe de Estado investigada no final do governo Jair Bolsonaro (PL). Ex-assessor do ex-presidente e apontado como membro do controverso “Gabinete do Ódio”, Tércio é acusado de atuar em núcleos organizados para disseminar desinformação e fomentar ações golpistas.
Tércio Arnaud era um dos aliados mais próximos de Bolsonaro e ocupava papel estratégico na produção de conteúdo destinado a disseminar informações falsas e deslegitimar o sistema eleitoral brasileiro. Segundo a PF, ele também ajudava a “criar um ambiente propício ao golpe”, com publicações e articulações nas redes sociais.
O nome do campinense aparece ao lado de figuras de destaque do governo anterior e militares de alta patente, como o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o general Augusto Heleno; e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos.
Tércio e os núcleos investigados
Além de sua ligação com a desinformação, Tércio Arnaud teria colaborado com outros núcleos, incluindo o jurídico, que elaborou documentos para sustentar legalmente as ações golpistas, e o de inteligência paralela, que buscava criar estratégias para monitorar opositores e viabilizar o plano.
A lista de indiciados inclui 37 pessoas, entre elas Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e o general Walter Braga Netto, ex-vice na chapa presidencial de Bolsonaro em 2022.
Histórico de controvérsias
Tércio já havia sido alvo de investigação na CPI dos Atos Golpistas, que quebrou seu sigilo em 2021, e de decisões judiciais que apontaram sua ligação com atividades de disseminação de fake news. Agora, com o aprofundamento das apurações, seu papel no contexto golpista ganha maior dimensão.
A denúncia reforça o impacto nacional do esquema e traz luz à participação de personagens paraibanos em um episódio que colocou em xeque a democracia brasileira.