
A deputada estadual Dra. Paula (PP) movimentou os bastidores políticos paraibanos ao fazer uma revelação pessoal inesperada durante entrevista coletiva em Cajazeiras, nesta segunda-feira (20). Ao comentar a pré-candidatura do marido, José Aldemir (PP) — ex-prefeito de Cajazeiras — à Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) nas eleições de 2026, a parlamentar afirmou que o esposo “já a traiu”, mas destacou que a suposta traição não foi política.
“Traição não existe no calendário de Aldemir na política. É verdade que ele me traiu, mas na política, ele sempre foi sério, sempre cumpriu com sua palavra. Eu gostaria que ele usasse essa seriedade também em outros aspectos da vida”, declarou a deputada.
A fala chamou atenção tanto pelo tom pessoal quanto pelo contexto político. Dra. Paula buscou dissociar o episódio íntimo de qualquer suspeita de infidelidade política, sobretudo após as recentes movimentações do marido, que decidiu disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Paraíba, rompendo um acordo político firmado nas eleições municipais de 2024 com o deputado Júnior Araújo (PSB).
Rompimento e reviravolta no Sertão
Na mesma segunda-feira (20), José Aldemir confirmou sua pré-candidatura a deputado estadual, contrariando o entendimento firmado com Júnior Araújo, com quem mantinha uma aliança desde as eleições municipais de 2024.
Naquele pleito, Araújo rompeu com o governador João Azevêdo (PSB) para apoiar Corrinha Delfino (PP) — candidata indicada por Aldemir e eleita prefeita de Cajazeiras. O acordo previa que Aldemir disputaria uma vaga na Câmara Federal, enquanto Araújo teria o apoio do grupo para buscar a reeleição na ALPB.
A nova decisão do ex-prefeito, portanto, rearranja o tabuleiro político no Alto Sertão paraibano, reacendendo disputas locais e abrindo espaço para interpretações sobre o futuro das alianças em Cajazeiras.
Entre o pessoal e o político
Ao unir uma declaração pessoal de forte repercussão a um tema eleitoral sensível, Dra. Paula acabou colocando mais luz sobre a movimentação política do casal. O episódio evidencia não apenas o caráter público-privado das relações no meio político paraibano, mas também reforça a estratégia de Aldemir em voltar ao protagonismo regional nas eleições de 2026.