Dom Eraldo anuncia novas mudanças na Diocese de Patos e volta a rebaixar padre Fabrício Timóteo a cargo secundário em Patos
Dom Eraldo nomeou Padre Fabrício Timóteo como vigário paroquial de São Sebastião – Patos- PB - Fotomontagem: Poder Paraíba

Em nova mudança interna anunciada pela Diocese de Patos, o padre Fabrício Dias Timóteo – conhecido por reunir milhares de fieis católicos em missas campais de “Cura e Libertação” – foi transferido para o cargo de vigário paroquial na Paróquia de São Sebastião, na cidade de Patos. O decreto, publicado nesta quarta-feira, 15 de outubro de 2025, faz parte de um rol de provisões nas quais o bispo Dom Eraldo reordena posições clericais para o ano de 2026.

No final de setembro, padre Fabrício encerrou sua missão no Santuário Terra da Misericórdia, em Arcoverde (PE). Ele atuou naquela missão durante os últimos seis meses, após ser cedido pela Diocese de Patos para a Diocese de Pesqueira (PE). A licença teve início em março de 2025 e foi encerrada em 23 de setembro, sem renovação. No momento da despedida, o sacerdote agradeceu aos fiéis pela acolhida e pelo apoio recebido durante sua estada em Pernambuco.

Com o fim da licença, ele retornou à Diocese de Patos, aguardando novas determinações episcopais sobre suas funções pastorais. Agora, entre as novas provisões, o nome dele aparece subordinado como vigário paroquial, posição considerada secundária para um sacerdote que já exerceu funções mais destacadas.

Especulações internas e histórico de “rebaixamentos”

Nos bastidores da Diocese, cresce a especulação de que o deslocamento de padre Fabrício estaria ligado a um descontentamento de Dom Eraldo com a forma como ele conduz a chamada “Missa da Cura e Libertação” — rito com forte apelo popular entre os fiéis e romeiros da região. Há quem atribua à repercussão desse tipo de celebração certa tensão com a hierarquia diocesana.

Vale lembrar que, em outubro de 2024, Dom Eraldo já havia transferido Fabrício da função de pároco em Taperoá (PB) para o cargo de vigário paroquial em Santana dos Garrotes, movimento interpretado por muitos como um rebaixamento institucional. A decisão suscitou críticas na comunidade católica do sertão paraibano, que enxergou na medida uma possível retaliação à atuação do padre.

Novas nomeações da Diocese de Patos para 2026

No documento divulgado pelo bispo, além do reassentamento de padre Fabrício, diversas outras provisões e transferências foram informadas:

  • Padre José Ronaldo Marques da Costa: pároco de Nossa Senhora da Conceição – Taperoá (PB)
  • Padre João Romão de Lima Filho: vigário paroquial de Nossa Senhora da Conceição – Taperoá (PB)
  • Padre Josivam Araújo de Almeida: pároco de Santa Maria Madalena – Teixeira (PB)
  • Padre João Vitor Barbosa Lima: vigário paroquial de Nossa Senhora da Guia – Patos (PB)
  • Padre Luciano Dias de Morais: capelão do Colégio Cristo Rei – Patos (PB)
  • Padre Antônio Abreu Lima: pároco de Santo Antônio – Piancó (PB)
  • Padre Darlan Alcântara Sousa: vigário paroquial de Nossa Senhora da Conceição – Malta (PB
  • Mons. João Saturnino de Oliveira: pároco de Nossa Senhora da Conceição – Passagem (PB)
  • Padre Flaviano Linhares: administrador paroquial do Sagrado Coração de Jesus – Patos (PB)
  • Padre Nicácio Lima Oliveira: vigário paroquial de Senhora Santana – Santana dos Garrotes (PB)
  • Padre Jerinaldo Inácio de Lima: vigário paroquial de Nossa Senhora da Conceição – Água Branca (PB)
  • Padre Fabrício Dias Timóteo: vigário paroquial de São Sebastião – Patos (PB)
  • Padre Bruno de Lucena Araújo: vigário paroquial de São Sebastião – Patos (PB)
  • Padre Francisco das Chagas Silva: pároco de Santa Terezinha – Santa Terezinha (PB)

O documento oficial cita passagens de trechos do Código de Direito Canônico para reforçar a legitimidade episcopal nas remoções e nomeações e convoca os sacerdotes a aceitarem as mudanças com “serenidade e disposição”.

“A responsabilidade de remover um pároco de sua paróquia, na qual goza de estabilidade, quando nomeado por tempo indeterminado (C.522) e é representante da paróquia em todos os negócios jurídicos de acordo com o direito, pertence exclusivamente ao Bispo diocesano e aos que lhe são equivalentes por lei” – cf. Código de Direito Canônico, 1740.

E, complementa: “A missão evangelizadora da Igreja requer de todos os seus ministros a capacidade de assumir os novos desafios com serenidade e disposição; a diocese de Patos é muito bela, mas, como todas as Igrejas particulares, carrega grandes desafios próprios do nosso tempo. Consciente da missão que cada padre recebeu quando disse o “sim” ao chamado de Deus e da Igreja, tendo feito um processo de diálogo e de escuta”.

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