‘Dois rins e uma parte da prefeitura’: vazamento de vídeo polêmico expõe crise política e provoca tumulto na Câmara de Cabedelo
Vereador Fabrício Magno e o presidente Edvaldo Neto trocaram acusações durante sessão - Imagem: Reprodução

A sessão desta terça-feira (11) na Câmara Municipal de Cabedelo foi marcada por tensão e troca de acusações após a divulgação de um vídeo envolvendo o presidente da Casa, Edvaldo Neto (Avante). Na gravação, feita dentro de um carro, Edvaldo aparece mencionando uma suposta articulação para derrubar o prefeito André Coutinho (Avante) do cargo, por meio do processo de cassação em tramitação no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).

O vídeo ganhou repercussão nas redes sociais por conter a frase enigmática: “por aí vem dois rim (sic) e uma parte da prefeitura”, o que provocou uma onda de críticas e desconfiança sobre o teor da conversa.

Durante a sessão, vereadores cobraram explicações públicas do presidente. O momento mais acalorado ocorreu no embate com o vereador Fabrício Magno (União Brasil), que acusou Edvaldo Neto de tê-lo ameaçado e de dificultar o acesso a documentos oficiais da Câmara.

“Na última terça-feira, quando pedi a ata de uma sessão presidida por mim, o senhor negou o acesso, o que nunca aconteceu nesta Casa. E ainda disse para eu não me meter na briga entre você e o prefeito André Coutinho, sob pena de eu ser prejudicado”, afirmou Fabrício. O parlamentar foi além: “Se algo acontecer comigo ou com minha família, o presidente será responsabilizado. O povo de Cabedelo quer saber o que significam os dois rins e uma parte da prefeitura.”

Edvaldo reagiu com tom exaltado e devolveu as acusações. “Palhaço eu não sou, palhaço é vossa excelência. Aprendeu com as pessoas erradas, inclusive envolvidas em escândalos. O vídeo foi tirado de contexto. Quando falei ‘dois rim’, era uma expressão sobre valor alto, não tem nada de mercado negro nisso”, rebateu o presidente, que anunciou que vai acionar a Justiça contra a divulgação do vídeo.

Em sua defesa, Edvaldo negou qualquer irregularidade e criticou a forma como o material foi divulgado. “O vídeo é editado e, portanto, ilícito. Quem quiser entender o contexto, que peça a gravação completa. O que deveria causar espanto é como o material chegou a esta Casa, vindo de quem responde a processos e continua cometendo atos ilícitos”, declarou.

O presidente ainda fez um alerta aos colegas sobre o clima de ataques políticos. “Hoje fizeram isso comigo porque sou oposição, mas amanhã podem fazer com qualquer um de vocês. É preciso refletir sobre as atitudes que estão sendo tomadas aqui dentro”, concluiu.

A repercussão do episódio deve se estender para além do plenário, com expectativa de desdobramentos judiciais e políticos nas próximas semanas.

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