
O União Brasil desembolsou cerca de R$ 730 mil em recursos públicos para o contador José Edjackson da Silva, profissional ligado ao escritório de advocacia Rueda & Rueda, de propriedade do presidente do partido, Antônio Rueda, e de sua irmã Maria Emília “Mila” Rueda, tesoureira da legenda. A informação foi revelada nesta segunda-feira (6) pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo registros do próprio contador em sua página no LinkedIn, ele atua no escritório desde 2018 e, por indicação de Rueda, passou a prestar serviços ao partido em 2022, cuidando da contabilidade e da implantação de um sistema de gestão financeira (ERP).
Entre 2022 e 2024, Edjackson recebeu R$ 175 mil, R$ 242 mil e R$ 312 mil, respectivamente, pelos serviços prestados à sigla. Além disso, as passagens aéreas entre Recife e Brasília, onde o contador mantinha domicílio e o escritório de Rueda funciona, também foram pagas com recursos públicos.
Em nota, o União Brasil afirmou que todas as contratações foram realizadas “dentro das normas legais e partidárias”, e que Edjackson trabalha “de forma independente, com contratos distintos para cada função, sem sobreposição ou conflito de interesses”. Ainda de acordo com a Folha, o partido, no entanto, não apresentou documentos que comprovem a separação entre as atividades exercidas no partido, no escritório e na fundação vinculada à sigla.
O contador também aparece como diretor financeiro da Fundação Índigo, braço institucional do União Brasil. Segundo a prestação de contas de 2024, ele recebeu R$ 37,5 mil em passagens pagas pela fundação para viagens entre Pernambuco e o Distrito Federal. A legenda afirma que o cargo “não é remunerado” e que as viagens foram “exclusivamente para funções da própria fundação”.
A ligação entre Edjackson e Rueda é antiga. O contador foi nomeado, inclusive, presidente da comissão provisória do União Brasil em Pernambuco, após intervenção no diretório estadual em 2023.