A Comissão de Políticas Públicas (CPP) da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) se reuniu na manhã desta quarta-feira (31), e apreciou cerca de dez matérias legislativas. Dentre as matérias rejeitadas pelo colegiado, destaca-se o PLO 1414/2023, de autoria do Executivo Municipal, que dispõe sobre a denominação do Espaço da Mulher Paula Adissi, localizado na Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
A matéria foi rejeitada com os votos contrários da presidente da CPP, Eliza Virgínia (PP), do vereador Carlão (PL), abstenção de Marcos Bandeira (PMB) e parecer favorável apenas do vereador Zezinho Botafogo (PSB).
“É um pouco destoante colocar o nome de uma mulher de movimentos populares, que militou com o MST para um espaço da mulher que tem como um dos focos o empreendedorismo, uma questão mais capitalista”, opinou Eliza Virgínia.
O pensamento da vereadora foi acompanhado pelo vereador Carlão. “Não cabe dentro do espaço do empreendedorismo alguém que foi uma militante do MST. O prefeito tem inúmeras pessoas da cidade que contribuíram com o empreendedorismo e que poderiam ocupar esse espaço. Essa é uma sugestão minha. Entendo que isso não vai contribuir com o empreendedorismo da cidade, de modo que voto contrário”, afirmou.
SOBRE PAULA ADISSI
A jornalista Paula Adissi morreu aos 37 anos, em dezembro de 2019, em decorrência do agravamento do câncer de colo do útero. Militante feminista e popular, ela atuava junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fazendo parte de um coletivo que prestava assessoria ao movimento.
Paula Adissi também integrou o movimento Consulta Popular e a Marcha Mundial das Mulheres.
Jornalista de formação, ela compôs a equipe do portal Brasil de Fato Paraíba, sendo editora geral do jornal eletrônico. No início de 2018, Paula descobriu que estava doente, mas esteve, até enquanto o corpo conseguiu, presente dos espaços de militância e no acompanhamento do jornal.