Eu não tenho dúvida alguma que as festas de São João realizadas pelos municípios da Paraíba estão entre as melhores, no comparativo com os demais Estados.
Que me perdoem os pernambucanos, os norte-rio-grandenses, os baianos, os sergipanos… mas o que presenciamos nas festas juninas nas cidades da Paraíba foi um sucesso de público, atrações, organização, profissionalismo e, principalmente, de tranquilidade, segurança e alegria.
Entre os dias 20 e 25, tivemos festividades juninas em praticamente todas as regiões do Estado, sem registros de grandes ocorrências policiais, sem tumultos generalizados e sem problemas aparentes que manchassem a beleza das festas de São João.
E, teve muita gente. Ah, como teve! Não imaginava tanto público para variadas festas juninas.
Houve lotações de público em Campina Grande, em Bananeiras, em Patos, em Santa Luzia, em Monteiro, em Santa Rita… e também por parte de quem ficou na nossa Capital, João Pessoa, e acompanhou um grande São João Multicultural promovido pela Prefeitura de João Pessoa.
ECONOMIA
As festas juninas na Paraíba têm uma representatividade enorme em termos de crescimento econômico, geração de emprego e renda e de vendas no mercado de varejo. Segundo alguns gestores, grande parte do investimento realizado pelo poder público, retorna aos próprios municípios na arrecadação de impostos, principalmente no ISS, Imposto Sobre Serviço.
De acordo com dados divulgados pelo Portal G1, os festejos juninos, juntando três das principais cidades da Paraíba nessa época do ano, movimentam cerca de R$ 730 milhões na economia do Estado.
Com 33 dias de festividades, o Maior São João do Mundo, na cidade de Campina Grande lidera o ranking, com a previsão de R$ 600 milhões circulando até o dia 30 de junho, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. A cidade de Patos, no Sertão do Estado, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, vem em seguida, com uma média de R$ 80 milhões. Já Bananeiras, no Brejo, também apresenta uma circulação de valores milionários, com a previsão de movimentar R$ 50 milhões, segundo dados da Prefeitura da cidade.
Essa movimentação econômica beneficia a vida de muita gente.
Com isso, ganham os comerciantes que vendem mais, ganha o pequeno barraqueiro que, apesar dos poucos dias de comemoração, usam as festas para arrecadar mais e assegurar a renda da maior parte do ano. É o suficiente para algumas famílias construírem sonhos e, mais do que isso, realizá-los.
HOSPEDAGEM
As festas juninas também representam uma “alta estação” para rede hoteleira e de hospedagem.
De acordo com dados oficiais de levantamento realizado pela Empresa Paraibana de Turismo (PBTUR), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Paraíba (ABIH-PB) e com as secretarias municipais de Turismo, só no período entre os dias 21 e 24 de junho, a rede hoteleira da Paraíba registrou uma ocupação média de 85%.
Em alguns destinos específicos, como João Pessoa, a ocupação média foi de 87%, com alguns empreendimentos chegando a 100% de leitos ocupados. Em Campina Grande, 90% de ocupação, também com alguns hotéis e pousadas completamente lotados; Monteiro, 100%, Santa Luzia, 100%, Areia, 100%. Isso, sem falar em imóveis privados que são locados para a temporada, sem registros oficiais nos órgãos do trade turístico.
São dados reais, que evidenciam a importância econômica que as festas juninas proporcionam as cidades e ao Estado da Paraíba.
Então, para algumas pessoas que costumam criticar a realização de festividades juninas, o investimento, cada vez maior, na profissionalização de eventos, aliado com o desenvolvimento dos setores do comércio e do turismo, representam sinais claros de investir em grandes eventos representa crescimento econômico.
*Por Ângelo Medeiros