NO MDB: Cícero Lucena segue o mesmo caminho de Geraldo Alckmin e Simone Tebet

A filiação de Cícero Lucena ao MDB deve ser considerada um marco político na trajetória política do prefeito de João Pessoa. Lucena segue na Paraíba o mesmo rumo que lideranças nacionais como Geraldo Alckmin Simone Tebet, só para citar os mais proeminentes, tomaram desde 2022. Trata-se de uma tendência, ou melhor, um movimento de lideranças políticas, que, com pouca margem, a não ser a alternativa do campo bolsonarista, preferem o lulismo à extrema-direita.

Notem bem. Mesmo o dito Centrão do qual faz parte o Progressistas, do vice-governador Lucas Ribeiro, foi engolido pelo discurso da extrema-direita, sendo o presidente da legenda, Ciro Nogueira, ao lado de outra figura proeminente do PP, Arthur Lyra, suas principais expressões políticas. Compondo a tríade que apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro, em 2022, o Republicanos do presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, cuja principal liderança nacional, Tarcísio de Freitas, é apontado hoje como possível candidato a presidente no próximo ano.

Tentando um olhar de sobrevoou sobre a floresta, e não apenas focado nas árvores aqui do solo, a decisão de Cícero Lucena ganha ainda mais relevo. Cícero Lucena é prefeito de uma cidade onde o conservadorismo avançou muito nos últimos anos — ele próprio enfrentou um bolsonarista no segundo turno de 2024. Enfim, Cícero poderia ter optado por ficar do Progressistas e continuar prefeito da maior cidade da Paraíba, ou ter buscado um partido mais alinhado ao conservadorismo.

Mas, para realizar seu projeto de ser candidato a governador, Cícero Lucena preferiu o MDB, que, na Paraíba, é liderado pelo mais lulista dos parlamentares do estado, o senador Veneziano Vital do Rêgo. Uma decisão corajosa, ousada, porque afasta desde logo o bolsonarismo e seus aliados do palanque – o senador Efraim Moraes, que passou mais de dois anos na base de apoio do governo Lula, jogou-se nos braços do PL.

Lembremos que em 2022, embora no PSB, a aliança de reeleição de João Azevêdo foi com o Republicanos de Hugo Mota e o Progressistas de Aguinaldo e Lucas Ribeiro, dois partidos que estavam na coligação formal em apoio à reeleição de Jair Bolsonaro.

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