Por Ângelo Medeiros

O Partido Liberal (PL) em João Pessoa divulgou uma nova propaganda político-partidária em vídeo nos principais canais de televisão, e nas redes sociais, com amplo destaque para o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na noite desta segunda-feira, dia 4 de setembro.

No vídeo, Marcelo Queiroga frisa que foi convocado pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, para resolver um problema crônico no Ministério da Saúde, que sofria à época com três ministros antecessores demissionários. Isso ocorria no ápice de um dos momentos mais difíceis da história, que foi o aparecimento da pandemia da Covid-19.

O ex-ministro ainda aproveita o holofote partidário para convocar filiados a “construir uma João Pessoa melhor”. Ora, para bom entendedor, meia palavra basta. Marcelo Queiroga é pré-candidatíssimo à Prefeitura de João Pessoa nas eleições de 2024. E, já conta com o aval do chefe, o capitão Bolsonaro.

Mas, o que chama mais a atenção da famigerada inserção não é a desenvoltura de Queiroga. E, sim, as ausências de figuras do partido nas imagens.

Eu me refiro ao comunicador Nilvan Ferreira, candidato a prefeito em 2020, que disputou o segundo turno das eleições contra o atual gestor Cícero Lucena; que concorreu ao cargo de Governador do Estado, ficando em terceiro lugar nas últimas eleições estaduais.

Também me refiro ao Cabo Gilberto, deputado federal mais bem votado da história em João Pessoa, que nas últimas eleições obteve 58.308 sufrágios na Capital paraibana.

Nilvan e Cabo Gilberto têm potencial eleitoral reconhecido, são filiados ao PL, e também são pré-candidatos a prefeito de João Pessoa, mas foram barrados, deletados, excluídos e desconvidados a participar das inserções partidárias.

Os dois acusam a direção estadual do PL de perseguição política. No caso, citam diretamente o presidente estadual do partido, o deputado federal Wellington Roberto, de boicotá-los dentro do Partido. E os reclames contra o regime “ditatorial” dentro do partido não são de hoje, vêm desde a campanha passada.

Cabo Gilberto promete comunicar a suposta “perseguição” e a ausência nas inserções ao presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto. Mas, todo mundo sabe que o líder partidário seguirá o que Bolsonaro determinar. E a preferência, nesse caso, recai para Marcelo Queiroga.

A essa altura do campeonato, se Nilvan e Gilberto quiserem continuar na disputa, a tendência é mudar de agremiação partidária, e, com isso dividir os votos da esfacelada força “conservadora”, “liberalista” e de “direita” na Capital.

Mas, será que restam partidos dentro desse campo para abrigar essas forças políticas?

A grande verdade é que estamos a quase um ano do período eleitoral, e essa guerra política entre as lideranças liberais em João Pessoa só favorece a uma pessoa, o prefeito Cícero Lucena, candidato à reeleição.

Essa divisão é mais uma prova de que a DIREITA, aqui na Paraíba, NÃO SE INDIREITA.

Assista a nova inserção do PL com Marcelo Queiroga: