O poder adquirido pelo deputado federal Hugo Motta, desde que assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, não foi ainda testado em sua inteireza na Paraíba, o que se deu por conta de uma contingência sobre a qual ele não tinha controle. Motta é do Republicanos, mesmo partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que até essa semana era candidato a presidente da República.
Esse fato tanto o impedia de entrar em campo para jogar no mesmo time do governador João Azevedo aqui na Paraíba, como deixava o campo livre para o senador emedebista Veneziano Vital correr solto e se mostrar o único lulista em Brasília com trânsito no Palácio do Planalto.
O problema é que os humores políticos começaram a mudar em Brasília essa semana que está terminando, e provocar reflexos significativos aqui na Paraíba. É que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comunicou essa semana ao ex-presidente Jair Bolsonaro que não pretende mais ser candidato a presidente e que pretende se dedicar à sua campanha à reeleição no estado de São Paulo. E sem Tarcísio na disputa, o único candidato que poderia unificar a direita em 2026, o campo fica aberto para Lula, sobretudo no Nordeste.
A desistência do governador Tarcísio de Freitas pode e deve deixar o presidente da Câmara à vontade para fazer articulações com vistas a 2026 aqui na Paraíba, onde tem o pai, o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, já lançado candidato a senador ao lado de João Azevedo, na chapa majoritária que deve apoiar Lucas Ribeiro, hoje no PP, ao governo.
É claro que Lula avança e obtém vitórias no Congresso, muitas dela à revelia da maioria que domina hoje o parlamento nacional. Por isso, o timing de Hugo Motta pode estar vencendo, o que quer dizer que, ou ele entra em campo e abraça o projeto de reeleição de Lula, ou perderá importância e tende a apenas terminar o mandato na Presidência da Câmara, depois se reeleger com tranquilidade para mais um mandato de deputado federal, deixando a canditura de Nabor Wanderley na dependência da votação na pequenas cidades da Paraíba.
Ou seja, Lula e Hugo Motta estão no melhor momento da relação política entre os dois. Tem uma paquera acontecendo. Vai resultar em namoro? Tudo indica que sim. Já o casamento depende mais de Hugo Motta aceitar o pacote que Lula tem a oferecer nacionalmente.
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