Disputa para o Senado 2026

Se há uma eleição na Paraíba aberta a surpresas, é a eleição para o Senado. Desde 1986, quando o ex-governador Wilson Braga foi derrotado pelo até então desconhecido empresário Raimundo Lyra, Braga que até um ano antes era apontado como virtualmente eleito, as supresas não pararam. Quando as urnas foram abertas, Lyra ficou em primeiro e Humberto Lucena em segundo, mais de 10 pontos percentuais à frente de Braga.

De lá para cá, as surpresas se sucederam. Vou lembrar apenas das mais recente. Em 2018, pesquisa Ibope realizada no final de agosto, a pouco mais de um mês da eleição, portanto, registrava o ex-governador Cássio Cunha Lima com 41%, seguido por Veneziano Vital do Rêgo (33%). Desde o começo, os dois ostentavam amplo favoristismo. Luiz Couto vinha bem atrás, com 22%, e Daniella Ribeiro praticamente fora da disputa com 14%.

Pois bem, quando os votos foram apurados, o resultado oficial se mostarva muito distante do que as pesquisas tentaram antecipar, pois a Paraíba, estupefata, soube que Cássio Cunha Lima havia amargado uma supreendente quarta colocação, com 17,53%, enquanto a até então candidata azarãDaniella Ribeiro havia alcançado 24,25%, e Luiz Couto 23,10%. É impossível dizer, mas se a eleição de 2018 tivesse acontecido uma semana depois, Daniella e Couto talvez tivessem derrotado o até então favorito à segunda vaga, Veneziano Vital, que acabou em primeiro com 24,63%, com pouco mais de 1 pp de Couto.

Na eleição seguinte, a de 2022, outra reviravolta. Em 28 de agosto do mesmo ano, pesquisa Ipec (sucessor do Ibope) registrou amplo favoritismo de outro ex-governador, Ricardo Coutinho, que aparecia com 30%. Atrás de RC seguiam Efraim Filho, com 20% e Pollyanna Dutra, lançada candidata ao Senado às vésperas das convenções, somava apenas 8%.

Pois bem, quando o TRE concluiu a apuração, a inversão foi total. Efraim Filho foi eleito com 30,82%, enquanto Pollyanna Dutra havia conquistado o segundo lugar, com 22,84%. O favorito nas pesquisas, Ricardo Coutinho, amargava um terceiro lugar, ele que há quatro anos era apontado como a maior liderança política da Paraíba. Outra supresa que merece registro foi o desempenho pastor Sérgio Queiroz, que, sem estrutura de campanha e correndo por fora das grandes máquinas partidárias, venceu no maior colégio eleitoral, João Pessoa, com 28% dos votos e alcançou 11,6% em todo o estado.

Conclusão: o candidato — por enquanto, apenas homens disputam o Senado — que se acha eleito com um ano de antecedência é bom tirar o cavalinho da chuva e trabalhar dobrado, para não chorar o leite derramado nos quatro anos seguintes.

Quando tiver tempo, volto para tratar das chances de Nabor Wanderley Marcelo Queiroga nessa eleição. É bom não subestimá-las, porque elas existem e eu vou tentar explicar por quê.

 

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