O senador e pré-candidato ao Governo, Efraim Filho (União Brasil), convidou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para apresentar seu “modelo de segurança pública” na Paraíba. O convite foi feito dias após uma megaoperação policial no Rio que terminou com 122 mortos, incluindo quatro agentes de segurança.
Castro confirmou que aceitará o convite e visitará a Paraíba “em breve” para, segundo ele, “levar a experiência do Rio de Janeiro para a Paraíba querida”. O governador fluminense é alvo de críticas de organizações de direitos humanos e de setores da sociedade civil pela escalada da violência e pela condução de políticas de segurança consideradas letais nas periferias.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Efraim demonstrou admiração pela estratégia de enfrentamento ao crime adotada por Castro. “Admirador desse trabalho seu de enfrentar a segurança, proteger a família, proteger o homem de bem”, afirmou o parlamentar paraibano, que recentemente se alinhou à política bolsonarista com o apoio do PL sob as “bençãos” de Michelle Bolsonaro.
A manifestação ocorre em um momento de forte debate nacional sobre o uso da força policial e o impacto de operações em comunidades vulneráveis. A mais recente ação, que resultou em 122 mortes, é a mais letal da história recente do Rio de Janeiro e motivou a abertura de investigações por parte do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Popularidade
A admiração de Efraim por Cláudio Castro ocorre enquanto o governador fluminense enfrenta uma polarização crescente na opinião pública. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em 1º de novembro, 40% dos cariocas avaliam o governo de Castro como ótimo ou bom — o maior índice desde o início de sua gestão —, enquanto 34% o consideram ruim ou péssimo.
No campo da segurança pública, a divisão é idêntica: 37% aprovam e 37% reprovam. A sondagem foi realizada logo após a operação que provocou as 122 mortes.
O gesto de Efraim Filho — de trazer o governador do Rio para “debater segurança” na Paraíba — é visto nos bastidores políticos como um movimento calculado para associar sua pré-candidatura a um discurso de “lei e ordem”, em sintonia com o eleitorado mais conservador.
Entretanto, a escolha do timing e da figura de Castro — no auge da repercussão de uma operação considerada por muitos como “chacina” — gera críticas e questionamentos éticos sobre o tipo de política de segurança que o senador pretende adotar como modelo.

