Cícero deve comunicar a João Azevêdo candidatura “irrevogável” ao Governo da Paraíba e apoio ao socialista para o Senado nesta sexta

Nesta sexta-feira (5), o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), deverá dar um passo decisivo em seu futuro político: comunicar pessoalmente ao governador João Azevêdo (PSB) que será candidato ao Governo da Paraíba em 2026, “de todo jeito”. O gesto não é apenas uma formalidade, mas a consolidação de um movimento que vem sendo desenhado nos últimos meses e que pode redefinir os rumos da sucessão estadual.

O encontro acontece antes da viagem pessoal que Cícero e a primeira-dama, Lauremília Lucena, farão à Europa, onde irão refazer o tradicional Caminho de Santiago, em Compostela. Mas, no tabuleiro político, o trajeto que o prefeito escolheu trilhar parece muito mais desafiador do que a peregrinação espanhola.

Cícero decidiu cravar sua pré-candidatura ao Governo mesmo diante da preferência declarada de João Azevêdo por apoiar o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) na disputa. Ao mesmo tempo, o prefeito promete votar no atual governador para o Senado — um gesto que soa mais como tentativa de coerência política, pela recorrente defesa da gestão João Azevêdo, do que como aliança real.

A decisão de Cícero Lucena escancara a ruptura política com o grupo Ribeiro, que controla o Progressistas na Paraíba, e antecipa um racha inevitável na base governista.

A leitura política é clara: não há mais espaço para acordos de bastidores que mantenham a unidade. O prefeito da capital, com o peso eleitoral de João Pessoa e a experiência de quatro mandatos à frente do município, aposta na força do voto e na legitimidade popular para enfrentar o favoritismo que o governo e aliados tentam construir em torno de Lucas Ribeiro.

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O movimento de Cícero também pressiona o próprio governador. Azevêdo, que buscava uma transição pacífica com o nome de seu vice, agora terá de administrar uma divisão interna que pode fragilizar o grupo governista. A disputa pelo Palácio da Redenção em 2026 está posta, e o embate promete ser direto: de um lado, Lucas Ribeiro, herdeiro político do clã que comanda o PP no estado; de outro, Cícero Lucena, prefeito da capital e figura histórica da política paraibana, que prefere se lançar ao risco do confronto aberto a aceitar a condição de coadjuvante.

Em síntese, o recado é simples e contundente: Cícero será candidato, independentemente da vontade ou não de João e dos demais integrantes da base governista. O gesto inaugurará um novo capítulo em torno da sucessão estadual, em que cada passo será decisivo para definir quem comandará o futuro da Paraíba.

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