Embaixador ucraniano se mostrou descontente com falas do presidente Lula - Foto: CNN Brasil

O embaixador ucraniano Ruslan Spirin questionou afirmações feitas pelo presidente Lula (PT) de que a Ucrânia poderia abrir mão da península da Criméia para acabar com a guerra travada contra a Rússia. Sem citar diretamente o presidente brasileiro, o emissário especial do presidente Volodymyr Zelensky na América Latina questionou até onde o Brasil iria para encerrar um conflito semelhante.  

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“Eles (EUA e UE) estão defendendo nosso país. Eles têm direitos, não estão atacando a Rússia. Estão nos defendendo da mesma forma que poderiam defender o Brasil contra qualquer inimigo, se alguém quisesse conquistar o território do Brasil. O que vocês achariam, por exemplo, se a Amazônia fosse ocupada? E surgisse alguém dizendo: por que não deixar assim mesmo? Por que vocês não deixam (o território invadido) para essas pessoas? É para terminar a guerra!”, disse ele. 

presidente Lula também deu outras declarações polêmicas, sugerindo que talvez a Ucrânia tivesse que abrir mão da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. 

Sem se referir diretamente às declarações do presidente, o diplomata ucraniano disse que sugestões de que o Ocidente quer prolongar a guerra ou que a Ucrânia poderia abrir mão de território acontecem por falta de informações completas sobre o conflito. 

Por isso, disse ele, a visita do embaixador Celso Amorim, assessor especial do Presidente Lula para assuntos internacionais, a Kiev para se encontrar com Zelensky é muito importante. 

“Esta visita é muito importante para nós, para os dois países e para todo o mundo, porque, como um dos líderes mais importantes da América Latina, o Brasil representa uma certa posição dos países que querem alcançar a paz. A propósito, para a Ucrânia, restabelecer a paz também é a prioridade número um”, disse ele. 

Spirin afirmou que o chamado “clube da paz”, proposto por Lula, pode, sim, funcionar. Mas apenas com a retirada total das tropas russas da Ucrânia. 

O “clube” seria composto por países que não têm envolvimento direto na guerra e que atuariam como mediadores para tentar encontrar uma saída diplomática para o conflito.

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