Na última quarta-feira (05) o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), concedeu o seu depoimento à Polícia Federal em decorrência da investigação de peculato da qual ele é alvo por causa dos três conjuntos de joias que lhe foram dadas pelo governo da Arábia Saudita. Bolsonaro afirmou aos policiais que só tomou conhecimento da existência das joias um ano após elas terem sido apreendidas pela Receita Federal em outubro de 2021.
A declaração de Bolsonaro se choca, no entanto, com os documentos do seu próprio governo. Como mostrou o Estadão, foram feitas pelo menos oito tentativas para retirar as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões do cofre da Receita no aeroporto de Guarulhos. Três tentativas ocorreram ainda em 2021, sendo que uma delas partiu do gabinete presidencial.
As Caixas
Bolsonaro recebeu três caixas que estão avaliadas em cerca de R$ 18 milhões. Duas caixas foram trazidas da Arábia Saudita para o Brasil pela comitiva do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em outubro de 2021. Uma delas continha colar de diamantes destinado à primeira-dama Michelle Bolsonaro e foi apreendida pelos fiscais da Receita no aeroporto de Guarulhos. A caixa estava na mochila de um assessor de Bento Albuquerque.
Outra caixa, com relógio, anel e abotoaduras entrou no País sem ser notada. A terceira caixa fora recebida pelo próprio Bolsonaro em 2019, quando visitou o governo saudita.
Logo após a apreensão, ainda em outubro de 2021, o gabinete de Bolsonaro enviou um ofício ao ministério de Bento falando da necessidade de destinação das joias para o acervo pessoal ou da Presidência. Até o Itamaraty foi acionado para tentar liberar as joias naquele ano.
Confira também: Campina Grande divulga a programação oficial da 40ª edição do “Maior São João do Mundo”; veja as atrações