Após ultimato do União Brasil, ministro do Turismo deixa governo Lula; aliados de Alcolumbre e Efraim seguem no Planalto

O ministro do Turismo, Celso Sabino, entregou nesta sexta-feira (19) seu pedido de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atendendo à determinação do comando de seu partido, o União Brasil, que exigiu a saída imediata de todos os filiados do governo. A decisão foi comunicada durante reunião no Palácio da Alvorada.

Sabino assumiu a pasta em julho de 2023, substituindo Daniela Carneiro, que deixou o cargo após disputas internas no partido. Deputada federal, Daniela retornou à Câmara e hoje ocupa o posto de vice-líder do governo no Congresso.

Na quinta-feira (18), a Executiva Nacional do União Brasil aprovou por unanimidade uma resolução determinando a saída, em até 24 horas, de todos os filiados da gestão petista, sob pena de punição por infidelidade partidária. A medida consolidou a ruptura formal da sigla com o governo Lula, após o rompimento político da federação União-PP.

Atualmente, o União Brasil ocupa três ministérios na Esplanada: Turismo (Celso Sabino), Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes) e Comunicações (Frederico de Siqueira).

Embora não sejam filiados ao partido, Góes e Siqueira foram indicações políticas do senador Davi Alcolumbre (União-AP), aliado estratégico da legenda. Ambos confirmaram nesta sexta-feira (19) que permanecem no governo, contrariando a decisão partidária.

A permanência de Frederico de Siqueira também expõe outro movimento político relevante: ele é aliado direto do senador paraibano Efraim Filho (União Brasil), que recentemente rompeu com Lula, alinhou-se politicamente ao PL com aval da ex-primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro e se lançou como pré-candidato ao governo da Paraíba.

Com a saída de Sabino, o governo Lula enfrenta mais uma baixa em meio à reconfiguração das alianças no Congresso e ao aumento da pressão da oposição.