Os empresários Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias, proprietários da Empresa de criptoativos Braiscompany, foram presos nesta quinta-feira (29) pela Interpol na Argentina. De acordo com informações da Polícia Federal brasileira, os dois foram capturados em momentos distintos.
De acordo com o Diário Argentino Clárin, Antonio Neto foi capturado por duas brigadas da Interpol na localidade Haras Santa Marta de Escobar, em Belén de Escobar, a 58 km do Centro de Buenos Aires. Ele teria sido visualizado na região há uma semana.
O empresário golpista morou em Palermo, depois em San Fernando, em San Isidro, em Nordelta e até no Howard Johnson em La Plata, e finalmente foi descoberto morando em uma casa de campo em Escobar, Haras Santa María, com sua esposa e dois filhos pequenos. Antonio Inácio Da Silva Neto, 36 anos, era apontado como um dos maiores fraudadores do Brasil. Nesta quinta-feira ele foi capturado e colocado à disposição do juiz Daniel Rafecas.
Ainda de acordo com o jornal Clárin, Antonio Neto estava usando uma identidade falsa, de nome “João Felipe Costa”. Investigadores da Interpol rastrearam compras em um supermercado e também a presença dele em uma academia da região até encontrá-lo no Haras Santa María.
“Para fazer o acompanhamento, a Interpol utilizou um drone com o qual conseguiu identificar o caminhão KIA 4×4 que a família utilizava. Esta quinta-feira. Quando o brasileiro chegou ao país, duas brigadas da Polícia Federal o aguardavam e bloquearam seu caminho”, diz trecho da matéria do jornal Clárin.
“Segundo a Polícia, ele tentou fugir, mas com as algemas colocadas nos pulsos confirmou que era a pessoa procurada, embora as fotos da circular vermelha da Interpol, não pouca coisa, fossem bastante antigas”, complementa o jornal.
Veja imagens:
ENTREVISTA COLETIVA
A Superintendência da Polícia Federal na Paraíba convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o tema, nesta sexta-feira (01), na sede do órgão, em João Pessoa.
PARADEIRO
O advogado Antonio Picanço, especialista em blockchain, que acompanha clientes da Braiscompany há cerca de três anos, revelou nos últimos dias que Antonio Neto Ais estaria morando na Argentina, que teria trocado a identidade para o nome de “Felipe”, e que levaria uma vida normal no país argentino, frequentando academia de musculação e jogando partidas de golfe livremente.
O advogado comemorou a notícia da prisão nas redes sociais.
Confira:
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RELEMBRE O CASO
A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do ‘casal Braiscompany’ e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.
A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.
De acordo com a PF, os sócios da Braiscompany movimentaram cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos.
Os sócios da empresa Braiscompany, Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, tiveram os seus pedidos de prisões temporárias convertidas em preventivas no dia 24 de fevereiro de 2023. Assim os seus nomes foram incluídos na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo mundo.
Em setembro de 2023, um relatório da Polícia Federal indicou que o ‘casal Braiscompany’ fugiu do país pela fronteira terrestre com a Argentina. Eles utilizaram os passaportes da irmã e do cunhado de Fabrícia. Desde então, não há informações divulgadas sobre o paradeiro do ‘casal Braiscompany’.
Condenação do ‘casal Braiscompany’ e demais acusados
No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo que apura o esquema de fraudes na Braiscompany.
Foram condenados o ‘casal Braiscompany’, Antônio Inácio da Silva Neto (88 anos e 7 meses) e Fabrícia Farias (61 anos e 11 meses), além de outros 9 réus e um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.
No início do processo, 13 pessoas tinham sido denunciadas pelo MPF. O ‘casal Braiscompany’ está foragido desde 16 de fevereiro, quando foi realizada a primeira fase da Operação Halving da Polícia Federal.
Confira os nomes e penas:
Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses
Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses
Mizael Moreira da Silva – 19 anos e 6 meses
Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 anos
Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses
Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses
Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses
Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos
Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses
Deyverson Rocha Serafim – 5 anos
Felipe Guilherme de Souza – 18 anos