Fotomontagem: Reprodução/Instagram @artemiopicanco

O advogado especialista em blockchain, Artêmio Picanço, que acompanha clientes da Braiscompany há cerca de três anos, revelou nesta segunda-feira (19), que Antônio Neto Ais, dono da empresa de criptoativos alvo da Operação Halving da Polícia Federal, estaria morando na Argentina. O empresário teria mudado de identidade e até perfil ativo nas redes sociais. A informação foi revelada primeiramente pelo blog do Jornalista Maurílio Júnior.

Foragido da Justiça há um ano, Antonio Neto Ais foi condenado pelo juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, a 88 anos e sete meses de prisão. A esposa de “Toin da Braiscompany”, como ficou conhecido, Fabrícia Farias Ais, também está foragida e foi condenada a 61 anos e 11 meses.

De acordo com Antonio Picanço, o dono da Braiscompany teria trocado de nome de Antônio Neto para “Felipe”, e levaria uma vida normal no país argentino, frequentando academia de musculação e jogando partidas de golfe livremente.

O advogado divulgou fotografias suspostamente de Antonio Neto, atualizadas, que mostram o empresário foragido com o cabelo mais curto. Segundo Antonio Picanço, elas teriam sido postadas no perfil @felipe.ukbr , mas a página está bloqueada para não seguidores.

VEJA O DEPOIMENTO DO ADVOGADO:

RELEMBRE O CASO

A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do ‘casal Braiscompany’ e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.

A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.

De acordo com a PF, os sócios da Braiscompany movimentaram cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos.
Os sócios da empresa Braiscompany, Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, tiveram os seus pedidos de prisões temporárias convertidas em preventivas no dia 24 de fevereiro de 2023. Assim os seus nomes foram incluídos na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo mundo.

Em setembro de 2023, um relatório da Polícia Federal indicou que o ‘casal Braiscompany’ fugiu do país pela fronteira terrestre com a Argentina. Eles utilizaram os passaportes da irmã e do cunhado de Fabrícia. Desde então, não há informações divulgadas sobre o paradeiro do ‘casal Braiscompany’.

Condenação do ‘casal Braiscompany’ e demais acusados

No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo que apura o esquema de fraudes na Braiscompany.

Foram condenados o ‘casal Braiscompany’, Antônio Inácio da Silva Neto (88 anos e 7 meses) e Fabrícia Farias (61 anos e 11 meses), além de outros 9 réus e um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.

No início do processo, 13 pessoas tinham sido denunciadas pelo MPF. O ‘casal Braiscompany’ está foragido desde 16 de fevereiro, quando foi realizada a primeira fase da Operação Halving da Polícia Federal.

Confira os nomes e penas:

Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses
Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses
Mizael Moreira da Silva – 19 anos e 6 meses
Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 anos
Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses
Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses
Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses
Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos
Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses
Deyverson Rocha Serafim – 5 anos
Felipe Guilherme de Souza – 18 anos