O advogado Diego Wallace Nascimento, que integra a defesa de Jannyne Dantas e Amanda Duarte, ex-funcionárias do Hospital Padre Zé presas nesta sexta-feira (17), contestou a relação de suas clientes com os desvios financeiros na gestão do Padre Egídio de Carvalho, na instituição filantrópica de saúde.
Em nota, o advogado argumenta que não existem provas de enriquecimento ilícito por parte de Jannyne e Amanda, e que a inocência das duas será “devidamente comprovada ao longo do processo”.
“A defesa das investigadas Jannyne Dantas Miranda e Silva e Amanda Duarte da Silva Dantas, vem por meio desta nota reiterar, de modo veemente, que apesar da vastidão de documentos colecionados na operação Indignus, nenhum elemento probatório dá conta de que as mesmas de algum modo tenham locupletado-se pessoalmente ou por meio de terceiros, de verbas oriundas do Hospital Padre Zé, sendo certo que, tais afirmações podem ser percebidas desde já, mas contudo, serão devida e cabalmente comprovadas no curso processual”, diz trecho da nota.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Amanda e o Padre Egídio teriam tentado ocultar provas e rastros de atos ilícitos, incluindo alterações de senhas de e-mails institucionais e exclusão de arquivos e de conversas no aplicativo WhatsApp.
O ex-diretor do hospital, padre Egídio de Carvalho Neto, também foi preso como parte do esquema criminoso que teria desviado R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).
Os desvios ocorreram entre 2013 e setembro deste ano, segundo o Gaeco. O desembargador Ricardo Vital de Almeida emitiu mandados de prisão contra Egídio, Jannyne e Amanda, considerando a “possibilidade de ocorrerem novas fraudes”.