Depois da forte repercussão nacional envolvendo a nomeação do filho de uma procuradora do Ministério Público de Contas de Pernambuco, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), voltou atrás e nomeou o advogado paraibano Marko Venicio dos Santos Batista, aprovado em 1º lugar no concurso para procurador judicial do município.
A decisão foi oficializada em edição extraordinária do Diário Oficial, publicada nesta quarta-feira (31), após dias de críticas e questionamentos sobre a legalidade e a moralidade do processo.
Como começou a crise
A crise teve início quando João Campos nomeou o procurador Lucas Vieira Silva, filho de Maria Nilda Silva, procuradora do Ministério Público de Contas de Pernambuco.
Lucas havia participado do concurso na ampla concorrência e ficou na 63ª colocação. Em maio de 2025, no entanto, ele solicitou a mudança para a modalidade de candidato com deficiência (PCD), apresentando laudo médico que atestava Transtorno do Espectro Autista (TEA) — documento posteriormente reconhecido pelo Tribunal Regional do Trabalho.
Com o pedido aceito pelo procurador-geral do Recife, Pedro Pontes, uma nova homologação foi publicada em 19 de dezembro. A alteração reposicionou Lucas em 1º lugar entre os candidatos PCD, abrindo caminho para sua nomeação no dia 20 de dezembro.
Questionamentos sobre o edital e prejuízo ao primeiro colocado
O edital do concurso, porém, determinava que o laudo médico e a avaliação biopsicossocial deveriam ser apresentados no ato da inscrição — o que não ocorreu no caso de Lucas, cujo documento foi apresentado três anos depois.
A mudança acabou prejudicando o único candidato PCD classificado na primeira homologação: Marko Venicio dos Santos, que ficou sem a vaga mesmo com o melhor desempenho.
Com a crescente pressão pública e jurídica, o prefeito recuou e nomeou Marko Venicio para o cargo, tentando encerrar a polêmica que expôs a gestão a críticas sobre transparência e respeito às regras do concurso.
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