O anúncio de que o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD) não será candidato ao Governo da Paraíba em 2026 resolveu uma dúvida, mas abriu outra ainda maior no tabuleiro político estadual: quem contará com o seu apoio na sucessão ao Palácio da Redenção?
A decisão, comunicada esta semana por meio das redes sociais, encerrou semanas de especulação sobre uma eventual candidatura de Pedro, mas manteve em aberto o papel que ele exercerá no processo eleitoral e, sobretudo, o destino do PSD nas eleições do próximo ano.
Mesmo fora da disputa majoritária, Pedro Cunha Lima deixou claro que não se afastará do cenário político. Pelo contrário. O ex-parlamentar afirmou que seguirá atuando de forma ativa, com foco na organização, no fortalecimento do PSD e na construção de uma frente unificada das oposições na Paraíba.
O discurso, no entanto, esbarra na realidade prática da política. Duas pré-candidaturas oposicionistas disputam, de forma direta, o apoio de Pedro Cunha Lima: a do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), e a do senador Efraim Filho (União Brasil). Ambos enxergam no ex-deputado uma liderança estratégica, capaz de agregar forças, votos e legitimidade ao projeto oposicionista.
De um lado, está Cícero Lucena, nome historicamente ligado ao Grupo Cunha Lima desde os tempos do ex-governador Ronaldo Cunha Lima e do ex-senador Cássio Cunha Lima. Uma relação política construída ao longo de décadas, marcada por alianças, convergências e projetos comuns no campo oposicionista.
Do outro, surge Efraim Filho, aliado de Pedro na chapa de oposição em 2022, quando ambos estiveram no mesmo palanque contra o atual grupo governista. A parceria recente e o alinhamento no último pleito fortalecem o vínculo político entre os dois, especialmente junto a setores que defendem a renovação das lideranças estaduais.
Embora Pedro Cunha Lima defenda publicamente a união das oposições, o cenário atual indica que a convergência em torno de um único nome não será simples. Com duas pré-candidaturas consolidadas e em movimento, a neutralidade tende a se tornar insustentável ao longo de 2025 e 2026.
A decisão de Pedro — e do PSD — será determinante para o desenho final da disputa. Mais do que um gesto político, a escolha pode redefinir alianças, reorganizar palanques e influenciar diretamente o equilíbrio de forças na corrida pelo Governo da Paraíba.
Resta saber: quando chegar o momento decisivo, Pedro Cunha Lima ficará com a tradição e a história ao lado de Cícero Lucena ou com a aliança construída recentemente junto a Efraim Filho?
A resposta, ao que tudo indica, ainda está sendo cuidadosamente calculada.

