Hervázio Bezerra (PSB) decidiu permanecer no partido após acompanhar a entrevista concedida pelo governador João Azevêdo
Deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB) - Foto: Poder Paraíba

O deputado estadual Hervázio Bezerra protagonizou um dos discursos mais contundentes do ano durante a sessão desta terça-feira na Assembleia Legislativa da Paraíba. Visivelmente abalado, ele saiu em defesa do filho, o vice-prefeito de João Pessoa, Leo Bezerra, após críticas atribuídas ao secretário de Administração do Estado, Tibério Limeira, e a integrantes da direção estadual do PSB. O pronunciamento ocorre no contexto da crise desencadeada pela decisão de Hervázio e Leo de apoiar a pré-candidatura de Cícero Lucena ao governo da Paraíba, contrariando a posição oficial do partido, que fechou apoio a Lucas Ribeiro.

Durante sua fala, Hervázio relatou que encontrou o filho emocionalmente fragilizado depois de ter sido informado pelo governador João Azevêdo de que ele deveria deixar a presidência municipal do PSB. Segundo o parlamentar, o desgaste teve início quando, durante uma viagem internacional do governador, Tibério Limeira e o secretário-geral do partido passaram a fazer ataques públicos a Leo, insinuando que ele agia movido por interesses pessoais. Hervázio reagiu de forma enfática: “João Pessoa sabe que isso não é verdade, a Paraíba sabe que isso não é verdade.”

Em tom indignado, ele destacou a trajetória política de Leo, descrevendo-o como um vice-prefeito “dedicado, fiel e respeitoso”, e classificou as críticas como infundadas e motivadas por disputas internas. Sem mencionar nomes, disparou contra Tibério, chamando-o de “secretariozinho” e “bajulador”, acusando-o de se aproveitar da estrutura estatal para tentar desqualificar a história política de sua família. “Não mexam com Leo. Ele é sangue do meu sangue”, afirmou.

Hervázio também reforçou que seu apoio a Cícero Lucena não configura traição, mas uma decisão coerente com sua trajetória e relações construídas ao longo de décadas. Lembrou que, em outros momentos, já teve posições divergentes dentro do PSB — como quando votou em Efraim enquanto a sigla apoiava Poliana Dutra — e ainda assim sempre se manteve aliado do governador quando necessário. Para ele, o que aconteceu com Leo foi uma injustiça alimentada por “vaidades e articulações internas”.

Em um encerramento carregado de emoção, Hervázio disse que não guarda ressentimentos, mas não aceitará ver tentativas de reescrever a história dele e de seu filho. Afirmou que tem perdido noites de sono ao ver o sofrimento de Leo e que só encontrou algum alívio após desabafar no plenário. “Quando a porta da política se fecha por causa de uma divergência democrática, isso não diminui quem saiu, apenas revela quem fechou”, concluiu — deixando evidente que a crise no PSB vai além da disputa interna: é pessoal, profunda e ainda está longe de ser resolvida.

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