Cabedelo
Gravação mostra o presidente da Câmara, Edvaldo Neto, em conversas com o ex-secretário Fernando Sobrinho e o ex-procurador Diego Carvalho

A política de Cabedelo voltou a ser sacudida neste fim de semana com a divulgação de vídeos que colocam em xeque a lisura do processo de cassação do prefeito André Coutinho (Republicanos). A gravação vazada, publicadas pelo Blog do Ninja, mostram o presidente da Câmara Municipal, Edvaldo Neto, em conversas com o ex-secretário de Indústria e Comércio, Fernando Sobrinho e o ex-procurador Diego Carvalho, em um suposto esquema para influenciar decisões no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).

Os vídeos foram gravados no dia 9 de outubro, um dia antes da exoneração de Sobrinho da Prefeitura. Segundo aliados de Coutinho, o prefeito teria demitido o ex-secretário após descobrir que o grupo articulava em Brasília uma ofensiva para derrubar seu mandato, alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) em tramitação no TRE-PB.

Nas conversas, registradas sem o conhecimento dos interlocutores, os três fazem declarações que sugerem tentativas de manipular o resultado do julgamento. Em um dos trechos, Edvaldo Neto questiona:

“O grande problema é como a gente vai garantir isso, entendesse, Negão?”,

recebendo a resposta de Sobrinho:

“A pessoa tem que garantir o sucesso, senão não está atendendo. Aí não está vendendo sentença, está vendendo este trabalho.”

Em outro momento, o presidente da Câmara chega a mencionar, de forma enigmática:

“Por aí vem dois rim (sic) e uma parte da prefeitura.”

As gravações ainda mostram Diego Carvalho antecipando datas e movimentações do processo, inclusive prevendo o pedido de pauta feito pelo novo relator Keops Vasconcelos, que realmente ocorreu três dias depois, em 16 de outubro.

O julgamento da Aije, que pode resultar na cassação do prefeito André Coutinho, está marcado para esta segunda-feira (10) — um dia após a divulgação das gravações.

O conteúdo dos vídeos gerou forte repercussão política e ampliou a tensão no ambiente jurídico. O caso agora deve ser analisado pelo próprio TRE-PB, que pode determinar a abertura de uma investigação sobre tentativa de interferência no processo judicial.

Aliados do prefeito reagiram com veemência e classificaram o episódio como uma “armação política desesperada”, pedindo que o Ministério Público Eleitoral acompanhe o caso de perto.

Confira: 

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