
O lipedema é uma condição crônica e pouco reconhecida, que acomete quase exclusivamente mulheres e se caracteriza pelo acúmulo desproporcional de gordura, principalmente em pernas, quadris e, em alguns casos, braços. Mais do que uma questão estética, o lipedema provoca dor, sensação de peso, inchaço e pode impactar de forma profunda a qualidade de vida.
Nos últimos anos, a ciência tem investigado como a alimentação pode ajudar no controle da doença. Ainda não existe uma “dieta oficial” para o lipedema, mas diferentes estudos já apontam caminhos promissores.
Dietas de baixo carboidrato e cetogênicas
Pesquisas recentes mostram que padrões alimentares com menor ingestão de carboidratos, como a dieta cetogênica, têm potencial para reduzir inflamação, aliviar a dor e diminuir o volume dos membros. Em ensaios clínicos, mulheres com lipedema que seguiram esse tipo de alimentação relataram melhora da qualidade de vida, mesmo sem grandes perdas de peso. Essa evidência sugere que os efeitos anti-inflamatórios e de modulação hormonal da dieta podem ir além do simples emagrecimento.
Dieta mediterrânea adaptada
Outra estratégia com respaldo científico é a dieta mediterrânea modificada, rica em vegetais, azeite de oliva, oleaginosas e peixes, com restrição de açúcares simples e alimentos ultraprocessados. Esse padrão favorece o controle do peso, melhora marcadores inflamatórios e também demonstrou redução de dor, fadiga e ansiedade em pacientes com lipedema.
Alimentação anti-inflamatória e individualização
Apesar das diferentes abordagens, há um consenso: uma alimentação anti-inflamatória, baseada em alimentos naturais e minimamente processados, com proteínas de qualidade, gorduras boas e controle de picos de glicose, contribui para o manejo dos sintomas.
Contudo, não se trata de uma cura. O acompanhamento por nutricionista, aliado a fisioterapia, atividade física e, em alguns casos, acompanhamento médico, é fundamental para um tratamento completo e seguro.
Um convite à informação
Reconhecer o lipedema como uma doença é o primeiro passo para oferecer diagnóstico e tratamento adequados. A alimentação é uma ferramenta poderosa, mas deve ser aplicada de forma personalizada e com orientação profissional.
Mais pesquisas de longo prazo ainda são necessárias, mas já está claro que o prato tem papel importante no alívio dos sintomas e na melhora da qualidade de vida de quem convive com o lipedema.
Sobre o autor:
Dr. Nelson Justino – Nutricionista e Mentor
Doutor em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Dr. Nelson Justino é referência nacional em emagrecimento, estética e performance nutricional. Com uma trajetória marcada pela ciência aplicada à prática clínica, já transformou mais de 30 mil vidas por meio de seus programas personalizados e formou mais de 4 mil alunos em cursos e mentorias voltadas à nutrição avançada.
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