Os deputados estaduais Tião Gomes (PSB) e Branco Mendes (Republicanos) usaram a tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba, nesta terça-feira (30), para destacar o relatório final da Polícia Federal que os afasta de qualquer envolvimento na Operação Calvário, deflagrada em dezembro de 2018.
Na época, ambos foram citados pela ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, em delação premiada, como supostos beneficiários do esquema que desviou milhões da saúde. Também foram mencionados os então deputados Edmilson Soares (hoje vereador em João Pessoa), Lindolfo Pires, Arthur Cunha Lima Filho e Genival Matias (já falecido).
O inquérito nº 2020.0031905, instaurado a partir da colaboração de Livânia, foi concluído após dois anos de apurações. No relatório final, assinado em 1º de setembro de 2025, a PF afirma não ter encontrado provas, indícios ou movimentações financeiras que confirmassem os repasses ilícitos denunciados.
Segundo o documento, “não foi possível comprovar de forma cabal a materialidade dos repasses ilícitos aos parlamentares supostamente beneficiados” e “não foram identificados registros contábeis, bancários ou documentais que demonstrem o trânsito financeiro”.
A Polícia Federal ainda destacou que a delação de Livânia “não se mostrou corroborada por provas independentes suficientes para confirmar, de modo seguro, a materialidade e autoria dos supostos crimes de corrupção passiva”.
Por conta da suspeita, Tião Gomes chegou a desistir, no primeiro semestre deste ano, de disputar a vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), para a qual era favorito. Agora, com a conclusão do inquérito, o deputado pode reconsiderar sua aposentadoria política e voltar ao páreo pela cadeira que será aberta em outubro com a aposentadoria do conselheiro Fernando Catão.
A decisão da PF encerra, portanto, qualquer possibilidade de indiciamento contra os parlamentares citados, por ausência de provas autônomas e robustas que sustentassem as acusações.
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