
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Combustíveis da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) enfrenta mais um impasse. Após a renúncia do vereador Raoni Mendes (DC) à presidência do colegiado, nessa quinta-feira (18), o líder do governo na Casa Napoleão Laureano, vereador Odon Bezerra (PSB), afirmou nesta sexta (19) que há dificuldade em encontrar quem aceite assumir o comando.
De acordo com Odon, a resistência dos parlamentares está diretamente ligada à polêmica em torno da CPI.
— Tenho encontrado dificuldade com os próprios vereadores, que não manifestam interesse em participar. Vou consultar um a um e fazer as ponderações necessárias para resolver esse impasse — declarou em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM.
Questionado sobre quem teria recusado o convite, o líder do governo preferiu não citar nomes.
— É uma questão de foro íntimo. Os vereadores pediram para não serem expostos. Acredito que isso se deve ao tumulto causado e a um certo temor de envolvimento direto com o tema — acrescentou.
A declaração acontece um dia depois de Raoni Mendes anunciar sua saída da presidência da CPI, alegando interferência política e manobras regimentais “sem respaldo jurídico”. Segundo o parlamentar, cinco dos sete membros da comissão assinaram um requerimento pedindo sua substituição — documento que ele classificou como “antirregimental”. O argumento utilizado foi o de que Raoni já havia se posicionado contra a criação da CPI e negado a existência de cartel nos postos de João Pessoa.
O pedido de substituição foi encaminhado à Procuradoria da Câmara, que deve se manifestar sobre o caso, já que o Regimento Interno da Casa não prevê regras para trocas após a instalação das comissões.
Criada para investigar supostas práticas de cartel e irregularidades no setor de combustíveis da capital, a CPI foi instalada oficialmente no dia 9 de setembro. Além de Raoni Mendes, que deixou a presidência, integram o colegiado os vereadores Tarcísio Jardim (PP), Jailma Carvalho (PSB), Fábio Carneiro (Solidariedade), Fábio Lopes (PL), Guguinha Moov Jampa (PSD) e Mikika Leitão (Republicanos), este último autor do requerimento que originou a investigação.
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