
O ex-deputado federal e primeiro suplente pela Paraíba, Julian Lemos (União Brasil), fez críticas contundentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM, nesta sexta-feira (12). Antigo aliado próximo e coordenador da campanha de Bolsonaro no Nordeste em 2018, Julian acusou o ex-presidente de tentar influenciar e corromper membros das Forças Armadas para permanecer no poder, comparando sua estratégia ao modelo adotado por Hugo Chávez.
“Ele dizia que quem realmente manda no país são as Forças Armadas e começou a corrompê-las com cargos, vaidades e benefícios. Era o mesmo modelo que Chávez utilizou na Venezuela”, declarou Julian, destacando que vários generais chegaram a ocupar funções dentro do Palácio do Planalto com altos salários.
Segundo Lemos, poucos militares resistiram às investidas, como o general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, que deixou o governo logo no início do mandato, e Gustavo Bebianno, que também foi um dos primeiros a se desligar do alto escalão do Planalto em 2019. “Bebianno sabia, eu sabia. A maior parte das pessoas não tinha ideia do que acontecia nos bastidores”, afirmou.
As declarações ocorrem dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito, entre outros crimes. O julgamento também puniu integrantes centrais do núcleo militar e político próximo ao ex-presidente, incluindo o general Braga Netto, o ex-ministro Anderson Torres e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Julian foi enfático ao afirmar que Bolsonaro nunca teve um projeto de país, apenas um “projeto de poder”. “Ele não é o que muitos imaginam. Não é frio, é pior. O choro dele é pela perda do poder, não por arrependimento. Não há nenhum gesto de humanidade pública vindo dele, porque ele simplesmente não tem isso”, disparou.
Embora não descarte a possibilidade de se envolver em futuros projetos políticos, Julian garantiu que não pretende disputar uma vaga de deputado nas eleições de 2026. Filado ao União Brasil, ele também negou qualquer conversa sobre uma eventual migração para o PT.
Julian Lemos obteve a suplência em 2022 com 36.530 votos e teve papel estratégico como coordenador da campanha presidencial de Bolsonaro na Paraíba e em parte da região Nordeste.
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