Hytalo Santos e Euro | Foto: Divulgação. Bruna Couto

O Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) solicitou à Justiça do Trabalho o bloqueio de bens do influenciador Hytalo Santos e de seu marido, Israel Natã Vicente, no âmbito de uma investigação que apura denúncias de trabalho infantil em redes sociais, exploração sexual e tráfico de pessoas para fins de exploração infantil.

Na medida cautelar encaminhada à Justiça, o MPT requer o bloqueio de cinco veículos de luxo, empresas e demais bens e valores, até atingir o montante de R$ 20 milhões.

De acordo com o órgão, a medida visa assegurar recursos para um possível pagamento de indenização por dano moral coletivo, além de ações de reparação e assistência às vítimas. O pedido se baseia em indícios de tentativa de ocultação de patrimônio, incluindo movimentações financeiras atípicas e estratégias de blindagem e dissipação de bens.

O requerimento de bloqueio foi protocolado às 20h21 da última segunda-feira (18).

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O influenciador Hytalo Santos e o marido Israel Vicente foram presos em São Paulo, na última sexta-feira (15), em cumprimento de mandados expedidos pela Justiça da Paraíba, em uma atuação conjunta do Ministério Público Estadual (MPPB), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), Polícia Civil da Paraíba, Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Uma denúncia sigilosa foi feita ao Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) em 17 de dezembro de 2024. A partir daí, o MPT iniciou uma investigação. “Era uma denúncia simples, de alguém que acompanhava os conteúdos de Hytalo Santos pela Internet e que imaginava que isso pudesse configurar exploração do trabalho infantil. Nós mobilizamos uma equipe para fazer o acompanhamento das postagens. Passamos a ouvir testemunhas (…). Mais de 15 pessoas foram ouvidas, mais de 50 vídeos analisados (…). Pelo que apuramos, na casa do influenciador se passava uma espécie de ‘reality show’. Havia uma produção intensa de conteúdo para redes sociais, praticamente 24 horas, aliado ao fato de que havia ‘monetização’. Isso gerava diferentes formas de receita financeira para os acusados. É inquestionável a existência de uma relação de trabalho”, resumiu o procurador do Trabalho Flávio Gondim, que conduz o inquérito com mais de 2 mil páginas.

“Fizemos contato com pessoas que conheciam a rotina da casa, ex-funcionários, profissionais (…). Ouvimos também a Coordenação de duas escolas. Alguns depoimentos indicaram situações pontuais em que os adolescentes ficaram muitos dias afastados do ambiente escolar, cerca de 40 ou 50 dias fora de João Pessoa. O que percebi foi uma tentativa de naturalizar a situação”, informou o procurador.

 

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