“Se Hugo Motta se ausentar do país, eu vou pautar anistia”, afirma vice-presidente da Câmara em reação à prisão de Bolsonaro
“Se Hugo Motta se ausentar do país, eu vou pautar anistia”, afirma vice-presidente da Câmara em reação à prisão de Bolsonaro
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou nesta terça-feira (5) que pretende colocar em votação o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, caso o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), se ausente do país.

“Se o presidente Hugo Motta se ausentar do país, eu irei pautar a anistia”, declarou Côrtes durante uma coletiva organizada por parlamentares da oposição no Congresso Nacional.

A proposta de anistia, apoiada pela base bolsonarista, pode beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve prisão domiciliar decretada na segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por descumprimento de medidas cautelares impostas no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado.

A declaração de Côrtes ocorre em meio a uma articulação entre lideranças do PL e de outros partidos do centrão para pressionar o governo federal e o comando da Câmara. Segundo fontes ouvidas nos bastidores de Brasília, está em curso uma tentativa de paralisação total das atividades da Casa, com início já nesta terça.

A estratégia foi discutida em reunião realizada pela manhã com dirigentes de partidos como Republicanos, Progressistas, União Brasil e Novo. A ideia é ocupar o plenário da Câmara por tempo indeterminado, impedindo o andamento das sessões, até que as pautas da oposição passem a ser priorizadas.

Ainda segundo um dos líderes partidários envolvidos nas conversas, está sendo costurado um acordo entre os presidentes dessas legendas para formalizar a posição de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A possível ruptura tem peso: juntos, União Brasil, Progressistas e Republicanos controlam oito ministérios na Esplanada.

O clima de tensão e enfrentamento no Congresso se acirra em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de 2023 e à prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro, fator que catalisou a mobilização de sua base aliada.

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