O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está evitando um encontro com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o desgaste gerado pela derrubada do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo informações do colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, o episódio ainda é visto pelo chefe do Executivo como uma quebra de acordo por parte do parlamentar paraibano.
Nos bastidores do Planalto, ministros confidenciam que Lula não digeriu a movimentação de Motta, que teria se comprometido a aguardar uma proposta do governo para compensar as perdas de arrecadação antes de colocar a revogação do decreto em pauta.
“Lula não é um homem que se traia. No Nordeste, o marido traído pode até voltar, mas não confia mais”, teria afirmado, em reserva, um ministro influente do governo à coluna.
Como forma de contornar a crise institucional, Lula delegou ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, a missão de manter o diálogo com Hugo Motta — especialmente diante da tensão gerada pela tarifa de 50% imposta pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Desde então, Alckmin já conversou com Motta ao menos duas vezes. Em uma das reuniões, na última quarta-feira (16), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também participou.
O desgaste com o presidente da Câmara teve desdobramentos diretos. Poucas horas após o encontro entre Alckmin, Motta e Alcolumbre, Lula vetou o projeto qu1e ampliava o número de deputados federais de 513 para 531. “Mexeram com a pessoa errada”, reagiu um ministro próximo ao presidente.
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