
Em um depoimento emocionado nesta quarta-feira (18), o deputado federal Mersinho Lucena (PP) revelou os bastidores da complexa operação de resgate que articulou para retirar o pai, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e outros membros de uma comitiva brasileira de Israel, em meio à crescente tensão provocada pelos ataques entre Israel e Irã.
A decisão de embarcar rumo ao Oriente Médio foi tomada na madrugada da última sexta-feira (14), logo após os primeiros bombardeios. “Minha angústia como filho era imensa. Quando falei com meu pai, ele estava dentro de um bunker. Ele tentou nos poupar, não dizia o quanto era grave, mas eu sentia o desespero na voz dele”, relatou o parlamentar, visivelmente abalado.
Com o apoio de diplomatas, empresários e aliados políticos, Mersinho montou uma rota de evacuação por terra, cruzando a fronteira entre Israel e Jordânia e seguindo até Tabuk, na Arábia Saudita — uma jornada que envolveu riscos, trâmites diplomáticos e longas horas de espera. “Analisamos todas as possibilidades: saída pelo Egito, pelo sul de Israel, até por mar. Mas a opção mais segura foi essa”, explicou.
Segundo Mersinho, a falta de apoio inicial dificultou a operação, exigindo atitude firme da sua parte. “Se não fosse a coragem de afirmar que sairíamos com ou sem autorização, talvez ainda estivessem lá. Foi preciso articulação e sangue-frio”, afirmou. Ele destacou o papel crucial da embaixada brasileira na Jordânia e da diplomacia saudita na condução da missão.
O reencontro com o pai, já em solo seguro, aconteceu às 1h30 da madrugada em Tabuk. “Foram momentos de muita emoção. Graças a Deus, todos estão vivos e em segurança”, celebrou o deputado, que finalizou com um desabafo: “Faria tudo de novo para proteger meu pai e todos que estavam com ele”.